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Retomada deve fazer consumo avançar, exceto para gasolina e GLP
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Retomada deve fazer consumo avançar, exceto para gasolina e GLP

| Projeta especialista | Alternativas encontradas por consumidores e fim de programas sociais são motivos
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Queda na venda de gás de cozinha deve chegar a 8% em 2022 (Foto: Pedro Ventura/Agência Brasília)
Foto: Pedro Ventura/Agência Brasília Queda na venda de gás de cozinha deve chegar a 8% em 2022

A retomada da economia é esperada com maior intensidade para 2022 e, com mais atividade, é esperado também um reflexo sobre o consumo de combustíveis no País. A tendência, observada nos dados computados pela ANP nos dois últimos anos demonstram crescimento de diesel, asfalto, gasolina e principalmente GLP. Mas os dois últimos não devem ter os números mantidos ao término deste ano, segundo avalia o consultor de petróleo e gás Bruno Iughetti.

Com a redução do alcance das políticas públicas sociais do vale-gás instituídas pelo Governo Federal para atender a população mais vulnerável, o especialista acredita que os números mantidos acima dos 510 mil metros cúbicos vendidos anualmente devem recuar em 8% no fim de 2022 quando comparado a 2021.

Outra prática que colabora para a análise, diz Iughetti, é a substituição do gás de cozinha por lenha ou a adoção de panelas e fornos elétricos na intenção de reduzir o consumo de GLP, dadas as variações de preços semanais.

De maneira semelhante, ao apontar uma redução de 1% ou manutenção dos indicadores de 2021, ele analisa a gasolina: "Houve uma transferência de consumo da gasolina para o etanol hidratado. Além disso, muitas pessoas passaram a deixar o carro na garagem, partindo para alternativas. Outro efeito que representa impacto grande no consumo de gasolina é a substituição do automóvel pela motocicleta. Afinal, os preços estão acima da capacidade de pagamento dos consumidores."

Quando somados os volumes vendidos pelas distribuidoras no País para etanol, gasolina, gasolina de aviação, GLP, óleo diesel, óleo combustível, querosene de aviação e querosene iluminante, o País comercializou um total de 139,50 milhões de metros cúbicos - 5,87% a mais que em 2020 e próximo dos 140,13 bilhões comercializados em 2019.

No mercado cearense de combustíveis, a soma total da venda pelas distribuidoras chega a 3,26 milhões de m³, em 2021, de acordo com os dados apurados pela ANP. O volume representa avanço de 5,84% sobre o ano anterior e também se aproxima dos 3,36 milhões de m³ registrados no ano pré-pandemia.

Derivados em alta

Já o diesel é encarado como um elemento bastante alinhado ao crescimento econômico e, se realmente acontecer em 2022, deve elevar as vendas do combustível em até 5% neste ano, de acordo com a projeção de Iughetti. A aposta deve-se ao grande ao peso do transporte rodoviário na economia brasileira, cujos caminhões são movidos a diesel.

O crescimento da venda de asfalto deve-se ao efeito das eleições, segundo aponta Ricardo Pinheiro. O consultor observa que a abertura, manutenção e pavimentação de vias são umas das medidas mais comuns em anos de eleição, como 2022, e aposta no crescimento desse insumo para este ano.

 

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