A perspectiva de que o processo de ajuste da política monetária dos Estados Unidos não será tão intenso e rápido como se esperava - o anúncio foi feito às 15h, horário de Brasília - e na expectativa da definição do Copom - revelada após às 19h -, levou a uma rodada de enfraquecimento global da moeda americana e avanço da B3.
Como esperado, o BC norte-americano subiu a taxa básica em 0,50 ponto porcentual, para a faixa entre 0,75% e 1% ao ano, o que suscitou reações tímidas nos preços dos ativos. O dólar, que vinha em leve alta, na casa de R$ 5,00, pouco se mexeu. A virada do mercado veio quando Powell, durante entrevista coletiva, praticamente tirou a possibilidade de acelerar o passo de alta de juros em junho, ao dizer que "0,75 ponto porcentual não é algo que o comitê está ativamente considerando".
Isso fez o dólar voltar a ser negociado na casa de R$ 4,90 no mercado doméstico de câmbio, enquanto que o Ibovespa encerrou o pregão de ontem em alta de 1,70%, aos 108 343,74 pontos.
No mercado doméstico, o dólar não apenas trocou de sinal como chegou a furar pontualmente o piso de R$ 4,90, ao descer até R$ 4,8990 (-1,30%). No fim do dia, a divisa recuava 1,21%, cotada a R$ 4,9036. Com isso, a moeda passa a acumular queda de 0,79% no mês e perda de 12,06% em 2022.
Se havia alguma dúvida após o comunicado da decisão de juros, a coletiva de imprensa veiculada por Powell afastou a possibilidade de uma alta de 75 pontos nos juros, o que retirou pressão das bolsas globais e abriu espaço para o Ibovespa voltar aos 108 mil pontos.
O índice foi suportado, ainda, por um avanço sustentado das ações das petroleiras. Com o barril do Brent em alta superior a 5%, as ações da Petrobras subiam de forma consistente, com os papéis preferenciais da companhia avançando mais de 6%.
Assim, o Ibovespa encerrou o dia em alta de 1,70%, aos 108 343,74 pontos. O patamar colocou o índice bem longe da mínima do dia (104 932,97 pontos) e reverteu a perda semanal. Na semana, a referência da bolsa sobe 0,43%. (Agência Estado)