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Chacina no Lagamar teria três mandantes e cinco matadores
Reportagem

Chacina no Lagamar teria três mandantes e cinco matadores

Quatro assassinados. Investigação
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Tipo Notícia

Mais de três meses após a chacina que deixou quatro mortos na comunidade do Lagamar, no bairro São João do Tauape, nenhum suspeito foi preso. Entretanto, O POVO apurou que a Polícia Civil levantou o nome de pessoas que podem ter praticado a matança. Na ação, foram mortos: Airton da Silva Defino, o Boca, de 27 anos; Cauê Silva da Paz, de 16 anos; Eduardo Beserra do Nascimento, o Dudu, de 18 anos; e Yuri da Silva Souza, o Testa, de 21 anos.

Cinco homens foram identificados como tendo participação nas quatro execuções, conforme o relatório técnico nº 21/2022 do Núcleo de Inteligência Policial (NUIP), do Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP). Além deles, três homens são apontados como mandantes do crime.

Segundo o relatório, as vítimas da chacina eram considerados "meninos" — ou seja, subordinados — de Felipe Bruno Nunes Pereira, o "Boladão", um dos integrantes da GDE que resolveu romper com a facção e se aliar ao Terceiro Comando Puro (TCP). Airton seria, inclusive, um dos "matadores" da GDE na Rua do Canal. Yuri, por sua vez, havia retornado recentemente do Rio de Janeiro, onde se encontrou com Boladão. A informação chegou a lideranças da GDE do Lagamar e teria desencadeado a matança.

Boladão também era chefe da GDE no Lagamar, mas dividia o território com os então aliados. Além disso, Felipe Bruno ainda seria ligado a Francisco Tiago Alves do Nascimento, o Tiago Magão, preso em 2019 e que investigações da Delegacia de Repressão às Ações Criminosas Organizadas (Draco) apontam como sendo um dos "conselheiros finais" da GDE.

Boladão também foi citado na operação Reino de Aragão, deflagrada em 2019 pela Polícia Federal, como possível financiador de um fuzil .50, arma com capacidade para derrubar helicópteros. O valor estimado para a compra do fuzil era R$ 300 mil. Aílton Maciel Lima, o "Véi" também foi citado na Reino de Aragão. Ele seria "conselheiro final" da GDE e teria participado "ativamente" da coordenação dos ataques a prédios públicos e privados em setembro de 2019.

O inquérito que investiga a chacina do Lagamar "segue com investigações e oitivas em andamento", informou a Secretaria da Segurança Pública e Defesa Social (SSPDS). A 7ª Delegacia do DHPP é a responsável pelo caso.

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