Substituições, compra em menor quantidade ou deixar o consumo de lado quando o preço está muito alto. Essas são algumas das estratégias usadas pelos fortalezenses para driblar a inflação dos alimentos.

A professor Elaine Salmito, de 32 anos, conta que opta pela compra de produtos apenas nos dias promocionais respectivos, que variam entre mercados. Ela e a família fazem uso de encartes online para comparar os preços antes de sair de casa, mas diz não perceber uma variação tão alta entre os varejos que frequenta.

Na tentativa de manter uma boa qualidade alimentar, ainda que com a substituição de algumas carnes e outros produtos, Elaine cortou gastos em outros setores da vida, como lazer. "Comer fora de casa é praticamente inviável. Faço marmitas e lanches semanalmente", diz.

André Braz, de 25 anos, também precisou mudar alguns hábitos por conta da alta dos preços. Ele comenta que não deixou de consumir essenciais, mas que sente uma queda significativa na qualidade de vida. Em refeições como o jantar, opta por pratos simples, como sanduíches, no lugar de outros "mais elaborados", como as macarronadas que costumava consumir.

Residente da região da Praia de Iracema, ele pesquisa por produtos mais em conta em diferentes mercados locais, mas diz que ainda assim não tem conseguido economizar. "Gastos com alimentação têm comprometido consideravelmente a minha renda."

Com a substituição de itens, André acredita que ainda é possível se alimentar com o necessário, mas com uma qualidade inferior à de antes: "Se está difícil para mim, que tenho emprego formal, imagina para pessoas em situações mais sensíveis que a minha."