Mesmo apontando problemas semelhantes, as lideranças sinalizam que, caso seja aprovada a extração de minério na região, a competitividade entre as cidades vai existir.
A disputa mais acirrada promete ser entre Santa Quitéria, onde Itataia está localizada, e Itatira, cujo distrito de Lagoa do Mato é a área urbana mais próxima da jazida. São 62 quilômetros da sede da primeira cidade ao ponto de exploração e 16 quilômetros até o distrito da segunda.
Santa Quitéria reclama melhor acesso ao complexo de mineração para servir a indústria com empresas sediadas no município e acumular os impostos da operação e de serviços, como lamenta Lino Paiva. Já Itatira se coloca como a de melhor potencial para construir a cadeia produtiva, inclusive no que diz respeito ao setor hoteleiro, pela proximidade.
"A ideia é que essas empresas que vão ficar rodeando a sede da mina fiquem no território de Itatira. Assim, a gente pode atraí-las, tanto gerar empregos diretos e indiretos quanto recursos de impostos", admite o presidente da CDL da cidade, Danilo Martins.
O apoio político para alcançar esse objetivo já possui. O vereador de Itatira, Leo Miguel (PP), confirma o interesse e diz que seria o equilíbrio para a região, uma vez que Santa Quitéria vai ficar com os impostos de instalação, operação e os royalties da mineração.
A capacitação de jovens em possíveis postos de trabalho demandados pela mineração já é planejada entre o setor produtivo e o município, segundo ele e o presidente da CDL.
Já Canindé observa de longe e se coloca como de melhor estrutura para ofertar serviços de maior complexidade, segundo argumenta a secretária Socorro Bastos. A prefeita de Madalena, Sônia Costa, também esteve no evento, mas preferiu não opinar sobre os assuntos que envolvem a exploração de urânio e fosfato na região por ainda estar "estudando o Projeto Santa Quitéria." (Armando de Oliveira Lima)