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Mais café para dar força ao turismo de Serra no Ceará
Reportagem

Mais café para dar força ao turismo de Serra no Ceará

| Empreendedorismo | Com investimento de quase R$ 500 mil pelo Sebrae, Baturité e Mulungu têm mais atrações na Rota do Café e esperam impulsionar o turismo de experiência em 2022
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CAFÉ é produto para o turismo de experiência no Ceará (Foto: Divulgação)
Foto: Divulgação CAFÉ é produto para o turismo de experiência no Ceará

Experimentar continua o principal verbo da Rota Verde do Café do Maciço de Baturité. O turismo de experiência ganhou um reforço com a entrada de mais pontos de visitação no roteiro existente desde 2014, especialmente na segunda metade do ano, quando acontece a colheita do café. Para isso, entre 2021 e 2022, o Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae) calcula ter aplicado cerca de R$ 500 mil em apenas duas das quatro cidades do projeto que estimula o turismo do café na serra cearense.

A iniciativa buscou reforçar a qualidade de atendimento ao turista que chega ao Maciço e treinou entre 100 e 200 pessoas. Mesmo com 12 experiências cadastradas no roteiro, o Sebrae estima que 200 empresas sejam envolvidas.

Na maioria das atividades, os proprietários atendem. Saber que deve trabalhar aos fins de semana, por demanda de visitantes e estabelecer contratos por hora com os empregados são pontos-chave para a avaliação deles sobre a viabilidade do negócio, de acordo com Fabiana Costa, articuladora regional do Sebrae no Maciço de Baturité.

"Tanto em Baturité quanto em Mulungu, nós integralizamos o programa Cidade Empreendedora, porque entendemos que nesse pós-pandemia isso é uma intervenção territorial, pensar um ambiente favorável a partir de políticas públicas para que essas empresas fiquem melhores. Então, o Sebrae entrou com R$ 300 mil em Baturité e cerca de R$ 200 mil em Mulungu", detalha a articuladora.

Dentro deste programa, ela pôde levá-los a missões e feiras fora do Estado, além de contratar especialistas para o acompanhamento e capacitação. De contrapartida, as prefeituras adotaram as recomendações do Sebrae para a promoção dos destinos e aplicaram cerca de R$ 30 mil cada, anualmente.

Os recursos buscam facilitar o acesso às atrações do Roteiro - principal demanda dos empresários -, dotar o caminho de uma identidade visual e ainda garantir identificação cultural dos habitantes. Em Baturité, a prefeitura criou o Centro de Referência do Café de Sombra do Ceará. O espaço faz a torra de grãos para 20 pequenos agricultores, além de funcionar como uma cafeteria.

"A gente trouxe uma chef, fizemos uma capacitação e as ideias foram surgindo. Então, tudo vem daqui, a comunidade produz e a gente vende. Nosso retorno é reestruturar esse território. A gente quer fazer um mapa, dizendo onde tem café typica (uma variedade do café arábica), onde tem typica misturado com algum outro tipo e também onde produz mais ou menos. É um trabalho sério que quer promover o desenvolvimento sustentável", destaca Rose Henud, coordenadora do Centro.

Na vizinha Mulungu, a produção orgânica é uma das condições de participação nos projetos. Todas as experiências da Rota não envolvem plantio com agrotóxicos. Muitos deles, inclusive, têm auxílio das prefeituras para conseguir a certificação de orgânico, como conta o secretário do Desenvolvimento Agropecuário de Mulungu, Francisco Camurça.

Os esforços ainda miram em atrair pessoas de regiões mais distantes ou até de fora do Estado. Fabiana conta que, há três meses, uma comitiva da Associação Brasileira de Agências de Viagem esteve no Maciço e agora precificam para comercializar os pacotes.

Já Juscelino Alves, secretário do Turismo de Mulungu, conta que o município contou uma ação na Expocrato e agendou a visita de 30 guias do Cariri para conhecer o Maciço. "Estamos mostrando, agora, para o turista, a riqueza que tem no Maciço de Baturité."
*O jornalista viajou a convite do Sebrae

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