A busca pelo Anti DDoS, para evitar a indisponibilidade dos serviços das empresas, aumentou 30% até junho de 2022, se comparado com todo o ano passado, conforme dados da Angora Cables.
A procura é justificada pelos ataques constantes sofridos pelas PMEs, visto que as investidas dos hackers cresceram 41% entre janeiro e abril de 2022 em comparação a igual período do ano passado, conforme relatório da Kaspersky, empresa internacional de cibersegurança.
Para Pedro Fausto Rodrigues, consultor em segurança da informação, parte do aumento advém de uma natural digitalização dos processos, rotinas e demais atividades que as empresas realizavam de forma semiautomatizada.
"Com tecnologias cada vez mais acessíveis para as empresas, e para seus clientes, é natural que os criminosos passem a focar seus ataques em empresas com infraestruturas menores, que muitas vezes não possuem a diligência suficiente para prevenir esses ataques. A pandemia também contribuiu para o aumento de transações virtuais e forçou as empresas a se adequarem em tempo recorde à realidade."
No entanto, mesmo com o aumento da procura, o mercado ainda não é prioridade. Pesquisa realizada pelo Datafolha mostra que cerca de 80,6% das empresas afirmam dar muita importância à cibersegurança, mas apenas 31% delas priorizam a área no plano de investimento.
O resultado desse descompasso entre discurso e realidade é que a maioria dessas mesmas companhias (57%) já foi alvo de fraudes e ataques digitais com alta ou média frequência.
Segundo Rodrigues, os segmentos estão longe de estar prontos. "Ainda é necessária muita mudança de postura e mentalidade. Hoje, o investimento de segurança é visto como algo que não dá retorno financeiro para as empresas, apesar de evitar enorme prejuízo. Em uma sociedade cada vez mais conectada, a segurança tem que ser pensada e implementada desde a concepção de um novo produto, ao invés de ser adicionada "depois", explica.