Detentores dos principais ativos verdes do século XXI, os nove estados nordestinos podem ver a realidade econômico-social progredir em pouco tempo, de acordo com Cristina Amorim, coordenadora do Projeto Nordeste Potência. Apenas em geração de emprego pelas energias renováveis, a projeção mencionada por ela é de 2 milhões de empregos formais em apenas cinco anos.
O estudo da SAE Brasil aponta que o número de vagas geradas varia com a fonte, mas todos apresentam perspectivas bem positivas. Na geração eólica onshore (em terra), a projeção é de 15 postos diretos por cada megawatt (MW) instalado. Na eólica offshore (no mar), a quantidade salta para 30 postos diretos por MW. Já a geração solar fotovoltaico mensura 32 empregos diretos por MW.
"Não conseguimos fazer a projeção para o hidrogênio verde, mas imagina colocando a geração desse novo combustível e ainda a recuperação de vegetação nativa? O potencial é muito grande e o Brasil está numa situação que precisa promover novas oportunidades", ressalta Cristina.
Apesar de não haver essa projeção ainda, o levantamento ao qual O POVO teve acesso estima a geração de empregos a partir dos eletrizadores em operação. O equipamento é responsável pela eletrólise (processo de separação da molécula do H2V na água a partir da injeção de eletricidade, no caso de fontes solar e eólica). Dessa vez, são 150 postos diretos para cada 100 MW instalados.
Juntas, as duas projeções (das energias renováveis e de eletrizadores) justificam o otimismo do Projeto Nordeste Potência com o hidrogênio verde no Nordeste. Afinal, para a geração do H2V é preciso a aplicação de fontes renováveis de energia.
"Quando a SAE nos retornou, eles bateram muito nessa questão de que o hidrogênio verde tem uma capacidade transformadora da Região, desde que seja feito com planejamento adequado", reforçou a diretora do Plano Nordeste Potência.