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Inclusão ainda ocorre de forma desigual e praticamente metade dos brasileiros ainda não tem Pix
Reportagem

Inclusão ainda ocorre de forma desigual e praticamente metade dos brasileiros ainda não tem Pix

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Apesar da rápida aceleração, o acesso aos serviços financeiros digitais ainda está longe de ser universal. Segundo o Banco Central, no Acre, Alagoas, Maranhão, Paraíba e Piauí, mais da metade de suas populações adultas não utiliza os instrumentos de transferência, seja Pix ou TED. No Ceará, 47% da população adulta está nessa mesma condição.

Um levantamento do Euromonitor, realizado entre março e abril de 2021, aponta que as principais barreiras para pagamentos presenciais feitos por celular no Brasil foram a insegurança sobre a aceitação dos comerciantes (23,1%), a falta de confiança em manter as informações seguras (21,8%), além de as lojas não oferecerem essa forma de pagamento (17,1%).

Tiveram os que não têm interesse no método de pagamento (13,4%), como também quem não visse nesse modelo benefícios claros (12,5%).

Carla Beni, economista e professora de MBAs da Fundação Getulio Vargas (FGV), observa que o potencial do Pix ainda é muito grande, pois vemos que o público que ainda não é usuário do Pix ou TED é grande.

A maioria dos estados brasileiros tem uma média entre 30% e 55% de pessoas que não usam essas plataformas de movimentação financeira.

"Temos que melhorar a estrutura para quem realiza os pagamentos via celular. Informar mais, melhorar a infraestrutura de conexão, além de diminuir a insegurança quanto aos dados na relação entre comerciantes e usuários", pontua Beni.

O economista César Augusto Bergo, professor da UnB, considera que um dos desafios é atrair a geração mais antiga, que tem uma dificuldade maior de habilidade para utilizar algumas plataformas online.

Ele avalia que é preciso atenção das empresas a esse público, mas considera questão de tempo uma maior adesão. Outro ponto que Bergo destaca é o crescimento da pobreza.

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