O Ceará registrou um aumento de 134,8% no número de estelionatos entre 2018 e 2021, segundo o mais recente anuário da Secretaria Anual de Segurança Pública. Dentre estes crimes estão os golpes cometidos através da internet.
O delegado Carlos Teófilo atribui esse crescimento a uma série de fatores, entre eles o período de pandemia e a criação do Pix. "Com a pandemia, os estelionatários passaram a utilizar muito os meios de internet, virtuais, para aplicar golpes, aproveitando que as pessoas estavam em suas residências, em isolamento", coloca.
Nesse período, muitos criminosos migraram de outras modalidades, como roubos e furtos, para o estelionato. Teófilo explica que isso se deu porque o estelionato é menos violento e tem uma pena menor. A pena para estelionato varia de um a cinco anos, enquanto a fraude eletrônica, cometida por meio de redes sociais, email ou telefone, vai de quatro a oito anos de reclusão. Além disso, ele acredita que a violência psicológica e patrimonial sofrida pelas vítimas muitas vezes não é levada em conta.
Para lidar com esses crimes cada vez mais complexos, o delegado afirmou que a Polícia Civil costuma matricular policiais em cursos preparatórios e que o Departamento de Inteligência Policial tem uma célula que atua com informática e também realiza cursos. Entretanto, para ele o ideal é que a Delegacia de Crimes Cibernéticos seja inaugurada. A unidade foi anunciada pelo então governador do Estado, Camilo Santana, em setembro de 2020.