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Capacitação abre acesso a ecossistemas internacionais
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Capacitação abre acesso a ecossistemas internacionais

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Gabriel e o CEO da Apple Tim Cook, em um dos programas que o estudante participou nos Estados Unidos (Foto: Divulgação)
Foto: Divulgação Gabriel e o CEO da Apple Tim Cook, em um dos programas que o estudante participou nos Estados Unidos

Seguir a trilha de uma formação continuada, como defendem os especialistas, pode levar os alunos a novos horizontes - tanto no campo profissional quanto de vida. Foi assim com Gabriel Cavalcante, que começou a jornada de estudo no curso de Ciências da Computação no IFCE de Maracanaú e, hoje, é senior iOS developer na sucursal de uma empresa alemã em Portugal.

Foram seis anos de estudo, entre 2014 e 2020, saindo da Maraponga, em Fortaleza, para o Centro de Maracanaú. Como todo estudante de cursos de tecnologia, ele conta que começou a jornada profissional como estagiário de TI, fazendo manutenção de computadores em uma prefeitura da Região Metropolitana.

"Mas era muito focado em hardware. A minha carreira mudou quando eu fiz o Apple Development Academy, com diversas pessoas que vinham de fora ensinar a gente. Acabou que, depois de dois anos de curso, eu já tinha proposta de estágio e emprego em diversas empresas", contou Gabriel, que chegou a viajar por dois anos seguidos para a convenção da Apple, nos EUA.

Ele, então, começou a trabalhar remotamente para empresas nacionais e internacionais com sede no Brasil, desenvolvendo aplicativos para as plataformas da Apple. O programa do qual ele participou treinava pessoal para desenvolver programas focados nos produtos da empresa.

Antes mesmo de se formar, ele foi recrutado por empresas de São Paulo, com "um salário muito melhor do que a média que iria ganhar em Fortaleza", e trabalhando com desenvolvedores que considera os melhores do País.

Virada

A virada definitiva na carreira aconteceu em 2020, quando aceitou um dos convites e foi para a Europa trabalhar em uma empresa de e-commerce de luxo. Gabriel ressalta que não abriu mão de se formar antes disso, "pelo conhecimento, principalmente, e também porque os grandes países e as grandes empresas se importam muito com o diploma, pois é mais fácil, inclusive, para você ter um visto para trabalhar no país."

Em 2022, outra oportunidade surgiu e ele trocou de empresa. Hoje, trabalha desenvolvendo softwares para a alemã Siemens, focado em transporte público. Único brasileiro do time, ele usa o inglês para se comunicar com os colegas e diz ter demandas para viajar pela Europa.

Gabriel aconselha: "Essa é uma carreira bem comum para muitos desenvolvedores. A gente precisa ficar atento. Para crescer, você precisa estudar bastante, criar contato em eventos ou no trabalho e procurar trabalhar em bons times."

Fuga de talentos

Casos como o dele eram encarados como uma fuga de talentos do Brasil para o Exterior, o que não trazia mais impacto nenhum à economia nacional. Mas, hoje, como ressalta Mariana Rolim, da Brasscom, o fortalecimento do ecossistema brasileiro na área de economia digital garante oportunidades tão boas quanto as dele no País.

O trabalho remoto, inclusive, é valorizado na área, pois o profissional consegue salários altos, ganho em moeda estrangeira e tem o gasto disso convertido na região onde mora. O alerta surge quando a empresa não tem sede no Brasil, segundo Mariana: "A única preocupação que a gente tem é que acaba tendo uma ilegalidade aí, pois não há recolhimento de impostos e direitos trabalhistas respeitados. Porque, se é uma empresa sem uma sede no Brasil, esses recolhimentos não acontecem e os benefícios não existem."

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