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Crescimento da agenda ASG é tendência em seguros
Reportagem

Crescimento da agenda ASG é tendência em seguros

Sustentabilidade.
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Zona de preservação do Mangue Sabiaguaba, em Fortaleza, Ceará (Foto: THAÍS MESQUITA / em 8/11/2022)
Foto: THAÍS MESQUITA / em 8/11/2022 Zona de preservação do Mangue Sabiaguaba, em Fortaleza, Ceará

Em todo o mundo, seguradoras e resseguradoras deram um passo importante no compromisso para zerar as emissões de gases de efeito estufa (GEE) até 2050. Durante a reunião anual do Fórum Econômico Mundial em Davos, na Suíça, a Iniciativa Financeira das Nações Unidas para o Meio Ambiente (Unep FI) lançou o primeiro Protocolo de Definição de Metas para auxiliar as empresas a definir, de forma independente, metas com bases científicas para seus respectivos portfólios de subscrição de seguros e resseguros.

Assim, as 29 empresas que integram a iniciativa Net-Zero Insurance Alliance (NZIA) deverão, até 31 de junho de 2023, abraçar pelo menos uma meta que contribua na redução de emissões, promova o engajamento de parceiros e fornecedores no compromisso com o meio ambiente ou que impactem na transição energética.

No Brasil, as seguradoras que integram a NZIA vão incluir o cálculo das emissões seguradas, a exemplo das iniciativas já existentes voltadas para seguro de automóvel e para seguros empresariais.

E o número de empresas do setor segurador que olha com mais atenção para questões ambientais, sociais e de governança, tradução para a sigla em português ASG), saltou de 43%, em 2016, para 73,7% em 2021, segundo dados do Relatório de Sustentabilidade elaborado pela Confederação Nacional das Seguradoras (Cnseg).

A superintendente de relações de consumo de sustentabilidade da CNseg, Luciana Dall´Agnol, acredita que as mudanças dos padrões do clima também trazem oportunidades de negócios e as seguradoras estão inovando em novos produtos, serviços e assistências para diminuir o impacto ambiental. Desta forma, as companhias estão definindo uma série de atividades com direcionamento para uma agenda positiva que englobam os três pilares do ASG.

Entre alguns exemplos analisados pela Cnseg estão as oficinas sustentáveis que priorizem ações ambientalmente corretas nas suas atividades.

Outro ponto de atenção é o do descarte de resíduos e a logística reversa. A tendência é que as seguradoras se responsabilizem, especialmente as de seguro de casa, pela destinação correta de equipamentos domésticos, algumas empresas já agendem a retirada dos equipamentos em desuso. Após a coleta, encaminha para cooperativas, diminuindo o impacto ao meio ambiente.

A parte das finanças também está no rol em virtude da crescente demanda por investimentos que conciliam retorno financeiro com práticas sustentáveis, como os títulos green bonds, criados com o objetivo de financiar projetos reconhecidamente verdes e de impacto social positivo.

Já questões relacionadas ao meio ambiente, principal letra lembrada do ASG, são contempladas no Seguro de Responsabilidade Civil Ambiental, pois possibilita que indústrias químicas, petroquímicas, metalúrgicas, atividades hospitalares, entre outras, que estão expostas a eventos de poluição ambiental súbita ou gradual, e, consequentemente, a riscos financeiros relevantes pelo impacto em questões ambientais.

Para o especialista em ASG, Luiz Goi, os impactos sociais e ambientais estão ligados diretamente ao risco empresarial e a probabilidade da ocorrência de incidentes e com isso, a gestão de seguros deve estar conectada as práticas ASG em suas análises.

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