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Sem paredões de som, Litoral Leste foi de descanso e praia
Reportagem

Sem paredões de som, Litoral Leste foi de descanso e praia

Praia do Presídio, em Aquiraz e Praia do Morro Branco, em Beberibe, viraram refúgio de famílias com crianças; foliões precisaram se divertir sem som alto, após proibição da Justiça
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Movimentação de turistas durante a segunda de Carnaval na Praia do Morro Branco, em Beberibe (Foto: Samuel Setubal/Especial para O Povo)
Foto: Samuel Setubal/Especial para O Povo Movimentação de turistas durante a segunda de Carnaval na Praia do Morro Branco, em Beberibe

Os quatro dias de Carnaval no Litoral Leste do Ceará foram, na maior parte do tempo, de sossego, curtição na beira do mar e descanso. Isso porque a Justiça proibiu os tradicionais paredões de som que faziam a festa dos foliões. Assim, que havia alugado hospedagem com este intuito, acabou ficando frustrado.

Esse foi o caso de Flaviane Cristina, 33 anos, que curtia o mar logo de manhã com o filho Ivan, de 3 anos, e relatou que o Carnaval do seu grupo de amigos e familiares havia sido frustrado na Praia do Presídio, em Aquiraz.

"Alugamos essa mesma casa, aqui na beira do mar, há mais de cinco anos e sempre trazemos os paredões de som. Desta vez, a polícia viu no pátio e conversou com a gente dizendo que estava proibido. A gente ficou até chateado, porque ficávamos em casa, mesmo, com o paredão, fazendo festa com as crianças, o nosso mela-mela, mas agora, o pessoal não tá querendo fazer nada.”

 

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Mesmo com a frustração de alguns, o vendedor de picolé Edilson Brito, 49 anos, estava satisfeito com suas vendas no período de Carnaval, também no Presídio. Ele contou que o movimento estava bom, principalmente de famílias com crianças, que são seus principais clientes.

“Eu trabalho quatro horas por dia e vendo mais de 200 picolés. Se tivesse mais, vendia mais. Tá muito bom”, revela.

Turistas salvaram parte do comércio e serviços em Beberibe

Bugueiro há 25 anos, na Praia do Morro Branco, em Beberibe, Rinaldo Barros afirmou que o movimento no Carnaval diminuiu pela metade, com a proibição dos paredões de som. "Quem já não tinha alugado lugar para ficar, nem veio. O forte aqui era poder brincar Carnaval com o paredão. Isso, para o comércio, é muito ruim."

Porém, ele pondera que o turista de mais longe, não deixou de ir conhecer a praia e que no buggy, estava fazendo uma média de dois passeios por dia, o que considerou muito bom. "Somos 81 buggys da vida associação e todos estamos com programação."

Vendedor de óculos há 10 anos, Gleison Nunes também lamentou a proibição judicial na semana que antecedeu o Carnaval. "Estou vendendo menos da metade do que poderia. Se tivesse Paredão, tinha mais gente, com certeza."

Empresários de Pacajus, Luís Carlos, 33 anos, e Kauã Rodrigues, 22 anos, aproveitavam o bom tempo para bater uma bolinha na areia e ouvir as músicas do momento, na 'boombox' que estava com o volume moderado.

"Estamos em 10 pessoas aqui. Para mim é a melhor praia, gosto mais do que de Aracati. A gente vinha muito para se divertir nos paredões, agora, vamos arrumar outro jeito de curtir", relatou Luís.

De Fortaleza, Mirian Serafim, 21 anos, foi recebida pela amiga Mariana Souza, 18 anos, de Beberibe, para curtir o Carnaval. "Sem os paredões não é a mesma coisa, mas a gente aproveita de dia a praia, vai no mela-mela do Marina às 16h e ainda vai nos shows da praça (no Centro de Beberibe) à noite. Estamos aproveitando", disse Mirian.

Sete horas de ônibus da Paraíba para se banhar no mar

Já para quem estava com planos de conhecer e descansar, como as moradoras de Cajazeiras, na Paraíba, Edileuda Souza e Lúcia Gabriel, ambas de 57 anos, Morro Branco está “um espetáculo”.

Entre uma foto e outra, as amigas contam que viajaram cerca de sete horas em uma excursão com 50 pessoas para poder conhecer o Litoral Leste do Ceará. “Essa é a nossa primeira vez aqui, mas não será a única. Estamos adorando tudo. Já fizemos vários passeios, todos lindos e, no ano que vem, vamos pedir para voltar”, disse sorrindo Edileuda, enquanto orientava a amiga a fazer poses para fotos à beira mar.

Mela-Mela com DJ da Prefeitura

Na Avenida da Marina, na Praia do Morro Branco, comerciantes e policiais militares passaram todos os dias do Carnaval no tradicional mela-mela. Com a proibição dos paredões de som, a Prefeitura de Beberibe disponibilizou um DJ no local, no período entre o final da tarde e o início da noite. Segundo o comerciante, Vando Carneiro, no auge da festa mais de mil pessoas estavam na via.

Ao todo, ele se preparou e vendeu cerca de mil sacos de goma, a R$ 5. "Se tivesse mais, vendia. Tá vendendo tudo. Além disso, vende caipirinha, cerveja e água, bastante."

Carneiro ainda comenta que a festa do mela-mela estava ocorrendo até as 20h, quando o público estava se dirigindo para o centro da cidade, onde a Prefeitura também organizou uma série de shows.

Em todas as noites na Avenida da Marina, um pelotão com quase duas dezenas de policias militares fez a segurança dos foliões e manteve a ordem no local.

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