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Larissa DeLucca: do Ceará para ONU transformando outras mulheres
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Larissa DeLucca: do Ceará para ONU transformando outras mulheres

Empresária de 31 anos, é a primeira nordestina a participar da cúpula CSW-67, dedicada à promoção da igualdade de gênero
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Larissa DeLucca criou plataforma para auxiliar mulheres em vulnerabilidade social a empreender e foi reconhecida pela ONU (Foto: Arquivo pessoal)
Foto: Arquivo pessoal Larissa DeLucca criou plataforma para auxiliar mulheres em vulnerabilidade social a empreender e foi reconhecida pela ONU

Um trabalho realizado no Ceará buscando capacitar mulheres em vulnerabilidade social a empreender tem atravessado fronteiras e fez com que a idealizadora, a cearense Larissa DeLucca, 31, fosse reconhecida pela Organização das Nações Unidas (ONU).

A empresária é a primeira nordestina a participar da cúpula CSW-67, principal órgão intergovernamental dedicado à promoção da igualdade de gênero e ao empoderamento das mulheres, que está acontecendo de 6 a 17 de março, em Nova York, nos Estados Unidos.

Larissa é filha de servidores públicos e iniciou a carreira também no setor, ainda com 18 anos, quando era estudante de direito, mas não se viu satisfeita na área e pediu exoneração do cargo: "Eu tinha uma curiosidade que me fazia sempre querer conhecer outras coisas. Eu queria viajar, eu não queria estar presa a um determinado trabalho aos 18 anos de idade", disse.

Diagnosticada com Transtorno do Déficit de Atenção com Hiperatividade (TDAH), ela relatou que sempre teve mais dificuldade de fixar o aprendizado, mas que sempre teve certeza de que se focasse em algo e praticasse aquilo, ela seria boa: "o meu foco e a minha superação eram maiores do que qualquer dificuldade", relatou.

Larissa fundou então, ainda aos 18 anos, a Negócios Acelerados, empresa focada em auxiliar outras corporações no processo de marketing e vendas. Ainda no início de carreira e sem formação na área, foi aprendendo com a prática e as experiências morando em São Paulo e na Rússia ajudaram no desenvolvimento profissional dela.

A fundação

A empresária conta que foi mãe aos 22 anos e precisou passar um tempo afastada do trabalho, e aí foi o momento mais difícil da carreira, pois precisou viver as dificuldades que a mulher mãe empreendedora passa, e que essa foi a maior motivação para a criação da Fundação Mulheres Aceleradas.

"As dores que eu vivi são as dores de muitas mulheres que a fundação ajuda. Eu consegui enxergar várias mulheres que estão correndo atrás, porque precisam sobreviver, criar seus filhos, dar boas condições de vida. Infelizmente o empreendedorismo feminino é muito mais marcado por necessidade do que por oportunidade", analisou.

A fundação é um projeto 100% gratuito e formado por voluntárias que capacitam outras mulheres — com foco nas que estão em vulnerabilidade social — a empreender, desde as que já possuem negócios, até as que ainda querem começar.

Larissa conta que a fundação foi pensada para o público cearense, mas ganhou o mundo em 2022 através de uma plataforma digital, estando hoje presente em todos os países de língua portuguesa.

Reconhecimento da ONU

E foi justamente essa internacionalização, chegando em diversos países da África, que fez o trabalho dela ser indicado e reconhecido pela ONU, fazendo ela ser a primeira nordestina a ser chamada para a cúpula CSW-67, que está ocorrendo em Nova York/EUA de 6 a 17 de março.

"Eu fiquei muito feliz e realizada pelo convite, mas se fosse qualquer outra mulher eu também estaria. Ainda existe uma competitividade estimulada entre as mulheres que eu não acho saudável. Temos que vibrar pelo todo, porque agora temos uma voz nordestina lá", exaltou.

Planos para o futuro

Hoje, o desejo da Larissa é expandir o Mulheres Aceleradas pelo interior do Ceará e, posteriormente, traduzir o conteúdo digital para outras línguas, possibilitando que ele consiga chegar em mais lugares do mundo.

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