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Impacto da nova regra fiscal ainda será avaliado pelo BC
Reportagem

Impacto da nova regra fiscal ainda será avaliado pelo BC

Campos Neto afirma
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Dias após a ata do Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central (BC) afirmar que uma regra fiscal "sólida e crível" poderia ajudar no processo de redução da inflação, o presidente do Banco Central (BC) se pronunciou ontem sobre o assunto.

Para Roberto Campos Neto, o novo arcabouço fiscal não afeta diretamente a política monetária do país, mas pode alterar as expectativas de mercado, fator que impacta a decisão do BC sobre os juros.

Ele destaca que o processo de decisão do BC não tem nenhum "componente político" e a manutenção da taxa básica de juros, a Selic, em 13,75% ao ano foi técnica.

Roberto Campos Neto, reconheceu que a prévia das regras pareciam "bastante razoáveis", mas que espera a definição da calibragem dos parâmetros. A trajetória da dívida pública segue sendo uma preocupação.

"Quero dizer que a gente reconhece o esforço que está sendo feito pelo Ministério da Fazenda. É um projeto que é duro em um governo que tem bastante divisões, acho que denota claramente uma preocupação com a trajetória da dívida", afirmou na manhã de ontem ao participar da apresentação do relatório trimestral de inflação.

Questionado sobre pontos do novo arcabouço, Campos Neto disse que o Banco Central ainda não teve acesso a todos os parâmetros da medida, mas que vai analisar o que foi anunciado.

"O importante para a gente é como incorporar isso nas nossas projeções. Não fazemos [política] fiscal, não é um trabalho do BC. Incorporamos o fiscal nas nossas expectativas, na função e reação que o BC tem. Lembrando que temos um regime que se baseia em câmbio flutuante, em um sistema de meta e que tem âncora fiscal", explicou.

Na ata do Copom divulgada esta semana, o BC reforçou que não há relação mecânica entre a convergência de inflação e a apresentação do arcabouço fiscal, pois a primeira reage às expectativas de inflação, às projeções da dívida pública e aos preços de ativos.Por outro lado, destacou também que "um arcabouço fiscal sólido e crível" pode ajudar no processo de desinflação.

"O comitê destaca que a materialização de um cenário com um arcabouço fiscal sólido e crível pode levar a um processo desinflacionário mais benigno através de seu efeito no canal de expectativas, ao reduzir as expectativas de inflação, a incerteza na economia e o prêmio de risco associado aos ativos domésticos", diz o documento. (Com agências)

 

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