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Huawei lamenta o peso dos impostos na importação e na fabricação
Reportagem

Huawei lamenta o peso dos impostos na importação e na fabricação

A gigante chinesa tem no Brasil o único país com fabricação fora da China, mas ainda assim traz itens da matriz
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Centro de Distribuição da Huawei em Sorocaba atua com rede privada de 5G e 12 robôs autônomos operando as cargas (Foto: Armando de Oliveira Lima)
Foto: Armando de Oliveira Lima Centro de Distribuição da Huawei em Sorocaba atua com rede privada de 5G e 12 robôs autônomos operando as cargas

Fornecedora de equipamentos 5G de todas as operadoras que arremataram lotes de frequência no leilão de 2021, a Huawei lamenta o peso dos impostos nas duas vias do negócio: importação e fabricação.

A gigante chinesa tem no Brasil o único país com fabricação fora da China, mas ainda assim traz itens da matriz.

A escolha do que vem de fora e o que é feito aqui é definida no que Carlos Lauria, diretor de Relações Governamentais e Assuntos Regulatórios da Huawei, classifica como "engenharia tributária".

Ele conta que há benefícios para a fabricação local, no qual o governo brasileiro exige que 60% do equipamento tenha componentes fabricados no País.

No entanto, se não conseguir atingir essa meta, a empresa pode aplicar 4% a mais do recurso já investido em pesquisa e desenvolvimento em território brasileiro.

"O problema do setor é que, se importa um componente, paga um imposto alto de importação - de 16%. Se fabrica no Brasil, paga impostos locais. Aí vende para o cliente que vai prestar um serviço. Ele também paga imposto que é mais alto no Brasil do que em diversos países semelhantes ao nosso. Então, a cadeia de impostos é muito grande desde o componente utilizado na fabricação até o componente que vai ser vendido na operação e o serviço também paga imposto muito alto", aponta.

A empresa completa 25 anos de atuação no Brasil, com mais de mil empregos diretos e outros 15 mil indiretos, e diz que trabalha em duas frentes para tentar reduzir esses custos e estimular o setor.

A primeira é em associações como a Telebrasil, que reúne o setor de telecomunicações, a Associação Brasileira da Indústria Elétrica e Eletrônica (Abinee) e a Associação Brasileira das Empresas de Tecnologia da Informação e Comunicação (Brasscom).

A segunda é nas parcerias com mais de 200 instituições de ensino - entre elas o Instituto Federal do Ceará e a Universidade Estadual do Ceará - para formação de mão de obra e tecnologia.

Responsáveis pela oferta do sinal para os usuários finais e clientes de empresas como a Huawei, as operadoras lamentam ainda os impostos que incidem sobre os equipamentos e indicam esse fator como um dos motivos dos altos custos.

Diogo Della Torres, coordenador de infraestrutura da Conexis, lamenta que a alíquota do imposto de importação dos equipamentos do 5G no Brasil é de 29,4%, enquanto a média nos países da América Latina é de 11,8%.

"A operadora já tem informação do que vai investir nos próximos anos definido no leilão, agora, se com aquele volume de investimento consegue colocar 5G em 10 torres, 15... É um ganho da população de receber o 5G mais cedo, uma vez que a tributação é menor e traduz maior quantidade de antenas sendo instaladas", argumenta.

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