A revolução na forma de pensar - e oferecer - os serviços públicos ao cidadão já ganha novos contornos no Ceará. Célio Fernando cita, por exemplo, a inserção do conceito de um governo digital por meio da Empresa de Tecnologia da Informação do Ceará (Etice).
Ou ainda o Cinturão Digital - infraestrutura com mais de 7 mil km de extensão, dos quais 5.800 km já estão lançados pelo Governo - e que conecta os órgãos públicos e possibilita o acesso à internet de alta qualidade em 130 municípios cearenses.
Atualmente, mais de 3 milhões de usuários são impactados pelo Cinturão Digital, seja diretamente ou pela interposição de mais de 500 provedores, segundo a Etice. E a meta é estender esta cobertura a todos os municípios até o fim de 2023.
Célio destaca ainda os investimentos feitos pelo Estado em inteligência competitiva a partir de um laboratório ligado à Casa Civil. Um dos principais objetivos da iniciativa é municiar o Estado de informações de big data - sejam dados sociais, econômicos ou ambientais - para fazer com que as políticas públicas sejam mais assertivas.
Outro exemplo prático de inovação nos serviços públicos é o aplicativo "Ceará App", disponível para todos os cidadãos, em diversas plataformas. Ele já possui 130 serviços disponíveis, dentre estes, os ofertados pelo Departamento Estadual de Trânsito do Ceará (Detran/CE) e acesso ao Big Data Social - plataforma que concentra dados da Proteção Social do Ceará relacionados a quase dois milhões de famílias.
A professora Karine Gurgel, coordenadora do Laboratório de Inovação e Dados (Íris), responsável pela inteligência do Estado em big data e data analytics na Casa Civil, explica que os serviços que estão disponíveis eram os principais ou de maior maturidade para serem acessados digitalmente.
"Estamos em um patamar de transformação digital entre o iniciante e o mediano e buscando, realmente, aplicar novos conceitos e teorias para acelerar esse processo, sem perder o foco no cidadão."
Ela reforça, porém, que exemplos de governança digital precisam ser adaptados para a realidade local e assim reduzir as lacunas da exclusão digital.
"Trabalhamos para que a transformação efetiva, que seja feita com uma comunicação em linguagem simples, com conectividade, acesso a tecnologia e um cinturão digital ainda mais fortalecido."
As áreas de educação e medicina, são citadas como exemplos do que já está sendo feito, não apenas nas modalidades de ensino ou atendimento médico a distância, como também nas novas maneiras do professor de se comunicar com o aluno e na fabricação de aparelhos com cada vez mais precisão e detalhamento de diagnósticos.
A segurança pública é outra área potencial. Hoje, por exemplo, o monitoramento eletrônico identifica veículos, pessoas e dispõe de uma inteligência digital que se aproxima da investigação policial e judiciária.
E ainda, "correndo por fora" no processo de transformação do estado está o ecossistema de startups, que vão alterando a realidade, criando Interface de Programação de Aplicativos (APIs), lógicas de provimento, de programas nos celulares, entre outras ações.