Apenas três, dos 22 deputados federais cearenses votaram contra o texto-base da reforma tributária aprovado ontem em primeiro turno, com placar de 382 a 118, além de três abstenções.
Dos cinco deputados federais do PL no Ceará, a despeito da pressão feita pelo ex-presidente da República, Jair Bolsonaro, dois votaram a favor da PEC 45/19: Júnior Mano e Matheus Noronha. Já os deputados Dr. Jaziel, André Fernandes e Priscila Costa votaram contra.
Todos os demais parlamentares cearenses, sendo cinco do PDT, quatro do União Brasil, três do PT, três do PSD, um do PP e um do MDB, votaram a favor da reforma tributária, tal como acordada após 11 horas de discussão no Plenário da Câmara e pouco mais de 80 discursos.
O líder do governo, deputado José Guimarães (PT-CE), afirmou que a aprovação da reforma é uma prioridade do governo Lula. Ele destacou o fim da guerra fiscal, em que cada estado estabelece uma alíquota diferente para atrair investimento.
"O texto acaba com a bagunça tributária da guerra fiscal que compromete o equilíbrio federativo", disse.
Para o deputado Danilo Forte (União-CE), que falou em nome do União Brasil, consumidores, estados e municípios têm muito a ganhar com o novo sistema. Ele afirmou que o modelo atual possui impostos sucessivos que sacrificam e empobrecem mais a população.
"Nós estamos aqui dando ao Brasil uma resposta muito clara de que a Casa que representa o povo brasileiro está enfrentando este desafio e está construindo uma solução para o maior problema do País", disse.
Entre parlamentares de outros estados, também discursou em favor da reforma tributária, o deputado Luiz Carlos Hauly (Pode-PR). Ele lembrou que o tema é discutido há mais de 30 anos pela Câmara e ressaltou que o sistema atual pune o consumidor e deve ser alterado.
"A economia de mercado brasileira é fraudulenta. Uns pagam pouco, outros pagam muito. E, no conjunto, outros não pagam nada, e o povo paga tudo. Todo incentivo fiscal que é feito, quem paga é o consumidor. Toda a inadimplência, quem paga é o consumidor", acrescentou.
A maioria das críticas veio da bancada do PL, o maior partido de oposição. O líder do partido, deputado Altineu Côrtes (PL-RJ), disse que a proposta foi a voto sem ter a discussão madura.
"Desafio qualquer deputado deste Plenário a dizer que conhece 100% deste texto. Não conhece porque é humanamente impossível", afirmou.
Após a Câmara dos Deputados aprovar em primeiro turno a reforma tributária, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, foi às redes sociais para comemorar o resultado. "Depois de décadas, aprovamos uma Reforma Tributária. Democraticamente. Parecia impossível. Valeu lutar!", escreveu o ministro no Twitter. (Com agências)