Devido às dificuldades de captação de grandes recursos para iniciar um novo empreendimento e mesmo para idealizar um negócio original, um número expressivo de jovens tem apostado no mercado de franquias. De acordo com o presidente da Associação Brasileira de Franchising (ABF), Tom Moreira Leite, aproximadamente 23% dos interessados em abrir a primeira franquia e que ainda estão investigando o mercado têm entre 18 e 34 anos. "Na principal plataforma de informações sobre franchising, 21,4% das procuras são de jovens de 18 a 24 anos, o dobro do registrado antes da pandemia."
Neste sentido, o diretor da Regional Nordeste da ABF, Fernando Ribeiro, ressalta que o mercado de franchising tem um cardápio imenso de oportunidades. "Então, nesse momento em que o jovem quer empreender ele vai poder escolher vários segmentos, com suas respectivas variações de investimento inicial para virar um franqueado".
Para o CEO da Frango no Pote e membro da Comissão "Next Generation" da Associação Brasileira de Franchising (ABF), Carlos Júnior, em linhas gerais, o jovem tem uma visão muito à frente do mercado e a gente acredita muito nesses franqueados. "Na nossa rede, por exemplo, 40% dos empreendedores estão na faixa dos 25 aos 35 anos".
Já o diretor da Anjos Colchões e Sofás, Leonardo dos Anjos, exalta a conexão dos jovens com as plataformas digitais e o quanto isso agrega aos negócios. "Esses franqueados trazem algo muito bom e têm nos ensinado a trabalhar no marketing digital, nas redes sociais, e a maioria das vendas ocorre por esses meios", cita.
Mesmo em segmentos com tradição de atrair empreendedores com mais de 35 anos, a procura por jovens tem aumentado, conforme a gestora de expansão da Maria Brasileira, Juliana Pitelli. "De dois anos para cá está caindo essa média de idade e hoje já tenho franqueados com 23 anos", exemplifica a executiva.
A CEO da Honest Market, Ana Paula Moraes, afirma que no caso das microfranquias, cujo investimento inicial não passa de R$ 135 mil, o apelo junto ao jovem é maior. Já o gerente de unidades de negócio da Milon, Edilson Gomes, avalia que mesmo os jovens que ainda precisam de ajuda para investir em uma franquia buscam rapidamente conseguir autonomia. "Ele quer realmente a independência dos pais. Então, procura entender, estar informado e saber como faz", diz.
Por fim, a gerente de expansão do Instituto Gourmet, Patrícia Rocha, argumenta que a questão da independência financeira está intrinsecamente aliada à realização profissional do jovem empreendedor. "A gente tem uma margem de 30% de lucro médio. Isso faz os jovens entrarem de cabeça, mas junto a isso eles também querem ter a sua própria escola", conclui.