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Comércio, barracas de praia e restaurantes sofrem impacto
Reportagem

Comércio, barracas de praia e restaurantes sofrem impacto

| Prejuízo | Perdas maiores estão relacionadas a produtos perecíveis, dispensa de funcionários e fechamento no almoço
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Após acordo coletivo, comércio funcionaria normalmente na Capital (Foto: FCO FONTENELE)
Foto: FCO FONTENELE Após acordo coletivo, comércio funcionaria normalmente na Capital

O apagão do sistema elétrico ocorrido ontem, 15, pela manhã, prejudicou comércio e o setor de serviços em geral, principalmente em Fortaleza, que se preparou para um feriado de Nossa Senhora da Assunção com funcionamento após acordo coletivo com a categoria.

As barracas de praia e restaurantes que funcionam para o almoço tiveram impacto maior, de acordo com Taiene Righetto, presidente da Associação Brasileira de Bares e Restaurantes (Abrasel), no Ceará.

“A gente não conseguiu calcular ainda os prejuízos, mas o grande problema foi o almoço. Aqueles que trabalham no horário do almoço tiveram um prejuízo muito grande. Algumas barracas de praia também relataram que não puderam funcionar”, declara.

Entre os motivos estavam a falta de funcionamento de sistema, por conta da falta de energia, e o mais complicado, no seu ponto de vista, são os prejuízos com os produtos perecíveis em virtude do desligamento das câmaras frias e congeladores.

“Para nós, a princípio, posso dizer que prejudicou muito o início do almoço. Por ser um feriado as barracas de praia também tiveram muita complicação. Então eu não consigo calcular os prejuízos. Quando falta energia e volta normalmente você tem queima de equipamentos e produtos que estragam”, afirma.

Mesmo sem poder calcular em reais o prejuízo, Righetto adiantar que a grande maioria dos bares e restaurantes tiveram o seu início do dia prejudicado. “Muitos desistiram até de funcionar na hora do almoço e barracas de praia, principalmente, tiveram grandes problemas para iniciar. Muitos aí estão alegando que já tiveram prejuízos grandes de operação ou que não puderam atender”, finaliza.

Grande prejuízo para o comércio

O impacto no comércio também foi grande. O vice-presidente da Fecomércio-CE e também presidente do Sindlojas, Cid Alves, relata que foi feito um acordo com o sindicato dos trabalhadores para o setor lojista funcionar neste feriado de Nossa Senhora da Assunção, 15 de agosto.

“Infelizmente a gente tem essa dificuldade com prejuízos enormes, porque foram mais de duas horas sem energia. Quem trabalha com perecíveis teve um prejuízo enorme, assim como hortifrutigranjeiro vai perder muitos prejuízos”, comenta.

Além disso, a própria oscilação inicial da energia, antes da interrupção, segundo Alves, provoca prejuízos nos equipamentos elétricos e eletrônicos. De um modo geral, ele detalha que alguns não puderam funcionar e outros tiveram problema nos pagamentos, entregas de produtos e emissão de nota fiscal.

“Isso também gera insegurança nos estabelecimentos, assim, uma grande maioria dos estabelecimentos dos bairros e centros preferiu fechar. Já outros que iam abrir 9h ou 10h também optaram por não abrir. Foi um prejuízo realmente muito grande”, relata o vice-presidente da Fecomércio.

Além disso, o empresário tem o prejuízo dos encargos trabalhistas, pois terá que remunerar ou fazer algum acordo de folga com os funcionários que foram, mas não puderam trabalhar, complementa Alves. O que ele acredita que foi replicado em outros municípios que também têm feriado na mesma data.

Nas demais cidades ele informa que os pequenos comércios, bares, restaurantes e as “bodegas” foram fechados em virtude da falha no sistema nacional de energia.

Um dia fechado é igual a 5% do faturamento

Já o presidente da Câmara Dirigente Lojistas (CDL) de Fortaleza, Assis Cavalcante, informa que, em geral, um dia do comércio com portas fechadas num feriado representa 5% do faturamento do lojista.

Por ser feriado, o titular da CDL avalia que algumas lojas já não iam abrir o que torna o impacto menor. E, por hábito, a população costuma ir mais tarde para os shopping em dias assim.

Cavalcante também acredita que a falta de energia como a ocorrida nesta manhã gere um caos em toda a cidade, por conta dos semáforos desligados.

“Isso dá uma segurança e nos faz entender se isso irá repercutir nos dias futuros. Fica o receio se vai acabar de novo, pois algumas lojas têm gerador, mas o gerador é para uma emergência e não suporta mais que algumas horas sem energia”, finaliza.

Pousadas e hotéis

No setor hoteleiro o impacto é maior para as pequenas pousadas e hotéis que não possuem gerador, segundo o presidente da Associação Brasileira da Indústria de Hotéis (Abih) do Ceará, Régis Medeiros.

“A maioria dos hotéis têm geradores, mas sem nenhuma dúvida o apagão atrapalhou a cidade como um todo. Os hotéis menores, que também não têm geradores, devem ter sentido um incômodo maior. Não somente por conta de ar-condicionado, de estrutura e elevador, mas também pela questão do próprio sistema”, explica.

Shopping

De acordo com o Iguatemi Bosque no momento da queda de energia havia apenas as equipes internas no shopping. “Não houve nenhum impacto no funcionamento. No momento (início da tarde), o shopping está operando normalmente com a energia já restabelecida”.

Apagão: Aneel diz que 73% da energia já foi reestabelecida

O diretor-geral da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), Sandoval Feitosa, afirmou no fim da manhã desta terça-feira, 15, que, segundo as últimas atualizações, grande parte das cargas nos Estados atingidos pelo apagão nesta terça já foi restabelecida.

Segundo os dados, até 10h45, haviam sido recompostos 30% das cargas da região Norte e 73% da região Nordeste.

"Neste momento, como de praxe, as ações são tomadas pelo Operador Nacional do Sistema Elétrico, que tem a responsabilidade legal de operar o sistema elétrico brasileiro, acompanhadas pelo Ministério de Minas e Energia, Aneel e por demais autoridades do governo federal, e comunicadas e informadas também às autoridades dos governos estaduais", disse ele.

Apagão no Brasil: o que aconteceu?

A informação sobre a "ocorrência de grande porte" foi fornecida pela Neoenergia, concessionária que atende 18 estados do País. A empresa afirmou que apenas o Operador Nacional do Sistema (ONS), responsável por coordenar a distribuição de eletricidade do País, poderia pontuar as causas exatas da interrupção.

O Ministério de Minas e Energia (MME), com dados do ONS, emitiu nota sobre a ocorrência. Segundo o órgão, o problema começou às 8h31min, e ainda não se sabem as causas do apagão nacional.

O MME informou também que a eletricidade já começou a ser restabelecida. Dos 16 mil megawatts de carga cujo fornecimento foi interrompido, 6 mil já voltaram a atuar.

A Enel, concessionária do serviço elétrico no Ceará, também emitiu posicionamento sobre o assunto. A empresa pontuou que o Erac é ativado automaticamente "quando alguma ocorrência é identificada" no SIN, e que o fornecimento está sendo restabelecido conforme autorização do ONS.

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