Dentre os entrevistados, o setor da pecuária é um dos mais preocupados com aumento das temperaturas, especialmente em relação aos produtores de bovinos leiteiros.
"A gente não achava que isso fosse acontecer. Em um ano de bom inverno, de repente, vieram essas ondas de calor", afirma o presidente da Associação dos Criadores do Ceará, Antonio Braga de Almeida.
Ele explica que o impacto varia de uma região para outra, mas, na associação, há relatos de uma diminuição de 20% a 30% no resultado. "O animal precisa de conforto térmico para ter um maior rendimento na produção do leite", afirmou.
Segundo o pecuarista, também produtor de caprinos e cavalos, cada um "faz o que pode" para amenizar os impactos do calor, com técnicas que vão desde a instalação de ventiladores, até o aumento dos banhos diários dos animais.
Em relação ao El Niño, para Almeida, a experiência dos produtores será essencial. "Já existe algum tempo que os produtores estão aprendendo a armazenar os alimentos, através de silagem, de novas máquinas, irrigação. São muitos anos convivendo com a seca e com os extremos", comenta.