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TRE definiu frentes para incentivar candidaturas femininas
Reportagem

TRE definiu frentes para incentivar candidaturas femininas

Estratégias. Justiça Eleitoral
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Tipo Notícia

Presidente da Comissão de Participação Feminina (CPFem) e juíza eleitoral da 109ª ZE (Paracuru), Bruna dos Santos Rodrigues avalia que a "sub-representatividade e a inexpressiva parcela de mulheres em instâncias de poder" são um problema coletivo, não só da Justiça Eleitoral, por se transformar em um "déficit de democracia".

"Ele só pode ser resolvido através de políticas públicas implementadas a fim de reduzir e minorar essa desigualdade que é histórica e marcada pela construção de uma sociedade que ainda é estruturalmente machista e sexista", ressaltou.

Desde 2020, a comissão atua em duas frentes para tentar expandir, como o próprio nome do grupo afirma, a participação feminina na política. A primeira é pedagógica: trabalhar para que partidos políticos e os próprios candidatos incentivem as candidaturas. O segundo eixo é julgar os casos com perspectiva de gênero, conforme traçado pelo Conselho Nacional de Justiça (CNJ).

Bruna considera que os números de prefeitas, embora tenham aumentado na última eleição no Ceará, representam um crescimento "ínfimo". "Especificamente aqui no Ceará, nós temos dados que são relevantes que não podem ser ignorados. Nós temos a presença reduzida e inexpressiva de mulheres eleitas ao cargo de prefeitas. Houve um incremento mínimo, ínfimo, com relação a essa participação", avalia.

A porcentagem cearense (17,3%) consegue ser maior que a nacional, que está em torno dos 12%. Para ela, já um reflexo das ações na Justiça Eleitoral cearense. Apesar disso, a juíza destaca que ainda há um longo caminho com desafios pela frente.

"(É preciso) tratar a conscientização da problemática que é a violência de gênero no nosso país, porque a inexpressividade da presença de mulheres na política, e em outras instâncias de poder, nada mais é do que uma espécie de violência, uma violência simbólica, uma violência implícita e que deve ser pedagogicamente tratada", afirma.

"Nós precisamos ter uma educação política voltada ao conhecimento a difundir o que de fato é a democracia e quais os reflexos de termos mulheres nesses lugares", conclui. (Júlia Duarte)

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