O cenário do mercado, porém, é desafiador. De acordo com levantamento feito pela Associação Brasileira da Indústria Têxtil e de Confecções (Abit), entre janeiro e julho, as importações de vestuário saltaram 25,5% em relação a igual período de 2022.
O movimento corrobora com a preferência das grandes varejistas de vestuário de diminuir a demanda pelo produto nacional e apostar nos produtos produzidos em outros países, como a China.
Foram mais de US$ 1,18 bilhão em importações, enquanto as exportações somaram US$ 105 milhões, alta tímida de 1,3%, insuficiente para impedir um déficit na balança comercial da atividade.
Ainda segundo os cálculos, se levar em consideração todos os segmentos - desde os insumos, passando pela área têxtil até a confecção - a balança comercial movimentou US$ 2,83 bilhões.
Esse montante correspondeu a um crescimento de 4,75% das importações e queda de 18,01% nas exportações do setor.
Isso faz com que a indústria nacional enfrente um verdadeiro baque. Conforme dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o momento da produção industrial cearense ainda é delicado.
Em 2022, o setor de confecção de vestuário e acessórios fechou em queda, de 32,8%, em relação ao observado em 2021, bem mais do que o resultado nacional (-8,4%).
No mesmo período, o setor têxtil fechou com retração de 2,1%, um pouco menos que a média Brasil (-12,8%).
Até esse momento do ano, de janeiro a setembro, os dados apontam que a retração no mercado nacional abrandou, mas segue forte.
O setor têxtil segue caindo 0,9%, enquanto o de confecção desaba 8,9%. No Ceará, no igual período, o setor têxtil está subindo 25,7%, enquanto o de confecção está caindo 24,3%.