Embora já beneficie milhares de pessoas, o programa ainda tem uma alta demanda no Ceará. De acordo com a Secretaria do Desenvolvimento Agrário (SDA), até 26 de outubro 161.862 famílias solicitaram a tecnologia e ainda aguardam o dia em que elas serão construídas em suas casas.
Maria Lúcia, 58, moradora do Agrovila, em Maranguape, aguarda há pelo menos dez anos para receber o equipamento pelo Governo Federal. Ela tem água encanada na residência, mas para beber precisa ir buscar o recurso potável na casa da irmã, que é vizinha e tem uma cisterna.
"A gente se sente quase humilhada, né? Porque os outros têm, os vizinhos da gente. Eu fiz meu cadastro, me inscrevi e não ganhei, não sei por qual motivo", desabafa a agricultora.
Para assistir à população que ainda precisa desses equipamentos, algumas instituições atuam para auxiliar a demanda da população mais vulnerável. Dentre elas está a Cáritas Regional Ceará, uma das entidades sem fins lucrativos credenciadas pelo MDS para executar o programa.
Conforme Maria Glória Carvalho, secretária Regional da Cáritas, a instituição tem uma ferramenta que possibilita levantar as demandas das comunidades e, em seguida, levá-las para serem discutidas em "reuniões para negociações com os poderes públicos e outros apoiadores".
"Dessa forma, temos dado muitos passos para o cumprimento da missão da Cáritas, que é defender e promover toda forma de vida, junto com as pessoas em situação de vulnerabilidade e exclusão social", destaca.
Assim como o sentimento de alegria dos contemplados, a urgência daqueles que ainda não têm o equipamento também transborda. "Eu quero minha cisterna viu?", completa Maria Lúcia.