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Prefeitos devem mudar de partido antes de deputados
Reportagem

Prefeitos devem mudar de partido antes de deputados

| FILIAÇÃO | Cronograma da migração
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Tipo Notícia

No dia 4 de dezembro, os prefeitos alinhados ao senador Cid Gomes, de saída do PDT, devem conhecer o seu novo destino partidário, definido coletivamente e anunciado em encontro do bloco em Fortaleza.

Gestores municipais e vereadores, contudo, podem se filiar ao novo endereço antes dos deputados estaduais cidistas, que ainda brigam na Justiça para conseguir liberação para se desligarem da legenda trabalhista.

Segundo fontes que acompanham a discussão mais de perto, esses parlamentares vão acionar o Tribunal Regional Eleitoral (TRE-CE) em bloco nos próximos dias, ingressando com uma ação de reconhecimento de validade da carta de anuência concedida pela direção cearense do PDT, ainda sob a presidência de Cid.

Apenas quando esse processo se encerrar, e em caso de parecer favorável, é que essa ala terá condições de migrar sem risco de perder o mandato, juntando-se aos demais cidistas que já tenham feito essa travessia do PDT para outra sigla.

Prefeitos e membros de parlamentos locais, porém, têm mais urgência na definição, antecipando-se à janela para deixarem o partido rumo a um dos integrantes da base do governo de Elmano de Freitas (PT).

Como as montagens de chapa para 2024 já estão em pleno andamento, esse segmento vem pressionando para que se chegue o mais rápido possível a uma decisão, batendo o martelo em relação a isso.

Conforme apuração da reportagem, a tendência hoje é de que o grupo se filie, em sua maior parte, ao PSB, sob direção de Eudoro Santana, pai do ministro Camilo Santana.

Uma outra parcela, contudo, teria como destino final o Podemos, presidido no estado pelo prefeito Bismarck Maia, nome muito ligado a Cid Gomes.

Embora permaneça no bloco a intenção de deixar o PDT ao mesmo tempo e em conjunto, na prática, os cidistas podem fatiar o desembarque: lideranças municipais e chefes de Executivo agora, deputados estaduais depois (caso vençam a disputa na Justiça) e federais noutra etapa, a depender das condições políticas.

De acordo com parlamentares com assento na Câmara Federal, não existe agora tanta urgência de saída do PDT, salvo se houver piora no ambiente interno da agremiação na esteira da querela envolvendo Cid e o presidente interino do partido, deputado André Figueiredo.

Alguns deputados cidistas, por exemplo, dispunham de espaços na Câmara até pouco antes do racha, seja em comissões temáticas, seja em vice-lideranças. Para eles, se não for levada a cabo retaliação da executiva nacional do PDT — leia-se Figueiredo —, o grupo considera adiar a desfiliação para o período da janela partidária, apenas em 2026.

Do contrário, esses mandatários consideram entrar também com ação para consulta sobre a validade da carta de anuência, aprovada para todos do bloco — prefeitos, vereadores, deputados estaduais e federais.

Ao todo, pelas contas de Cid, cerca de 40 prefeitos devem segui-lo no ato de desfiliação do PDT. Como tem mandato majoritário, o senador, todavia, planeja aguardar o acerto final de adesão a uma sigla, assegurando uma entrada tranquila de seus liderados noutra força partidária.

Só depois disso é que Cid pretende comunicar sobre seu futuro: se continua no PDT por mais algum tempo ou se, já de imediato, crava uma saída da legenda na reunião do dia 4/12.

 

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