Doenças como ansiedade e depressão causadas por preocupações geradas pela inadimplência de trabalhadores têm afetado a produtividade nas atividades econômicas ao redor do mundo.
De acordo com dados apurados pela Associação Brasileira das Entidades dos Mercados Financeiro e de Capitais (Anbima) com o Datafolha, revela que 57% dos brasileiros afirmam sentir alto nível de estresse ou outra consequência física ou emocional por conta de sua situação financeira.
"O estresse financeiro é hoje uma das maiores epidemias no mundo, contribuindo para o surgimento de outras doenças, como depressão e ansiedade. E o efeito prejudicial ocorre também dentro das empresas", afirma Marcos Venicius Gondim, do Instituto de Desenvolvimento Econômico, Social e Empreendedorismo (Idese).
Uma pesquisa realizada pela Deloitte no Reino Unido com 3,6 mil trabalhadores, considerou três consequências de uma saúde mental frágil dos funcionários - absenteísmo, presenteísmo e rotatividade - os custos anuais das empresas públicas e privadas saltaram 25%.
A análise levou em consideração o período de 12 meses até agosto de 2021, na comparação com 2019. A estimativa conservadora dava a ideia do tamanho do problema: 53 bilhões de libras. O valor ultrapassa 2,6% do Produto Interno Bruto (PIB) do Reino Unido.
Marcos Venicius destaca ainda que muitas pesquisas recentes corroboram com essa análise no Reino Unido, destacando que empresas ao redor do mundo perdem milhões de dólares por ano com o estresse financeiro, o que acaba afetando a produtividade.
Outro levantamento, realizado pelo Salary Finance, revelou que há dez vezes mais chances de um colaborador em estresse financeiro não conseguir terminar suas tarefas laborais por conta da situação.
"As empresas e também a sociedade civil organizada precisa estar atenta à necessidade de se preocupar em universalizar a educação financeira. Acho que a saída é por aí os programas vem mais para minimizar esse problema", pontua.