Países que reúnem cerca de metade da população mundial terão eleições nacionais em 2024. Serão escolhidos chefes do Poder Executivo e/ou integrantes do Poder Legislativo em nações que somam aproximadamente a metade dos habitantes do planeta.
Por volta de 30 países irão eleger presidentes. Também estão previstas eleições legislativas em cerca de 20 deles.
Os pleitos vão acontecer em um contexto internacional conturbado pelo conflito russo-ucraniano e a guerra entre Hamas e Israel. Além disso, vão enfrentar o risco — mais ou menos importante dependendo do país — da desinformação e das manipulações relacionadas com a inteligência artificial (IA), segundo os observadores.
Há eleições com potencial para definir os rumos do planeta, caso dos Estados Unidos. Há expectativa de revanche de 2020, com disputa entre o presidente democrata Joe Biden e o ex-presidente republicano, Donald Trump. O peso geopolítico da Casa Branca faz com que a eventual reeleição de Biden ou o retorno de Trump tenha o potencial de influenciar o Ocidente.
Inclusive para o Brasil, uma vitória de Trump, aliada à recente eleição de Javier Milei na Argentina, pode representar fôlego extra para a direita liderada por Jair Bolsonaro — hoje inelegível. Assim como a continuidade de Biden será um baque para esse campo político.
Outra eleição de profunda repercussão regional e mundial ocorrerá na Rússia. Vladimir Putin deverá buscar um novo mandato em março, de olho em um quinto mandato de seis anos, o que pode deixá-lo no cargo até 2030. A votação ocorrerá quando a guerra da Ucrânia terá acabado de completar dois anos — e até o momento sem perspectiva de resolução. Há denúncias sobre a fragilidade da democracia russa hoje e de repressão das liberdades individuais.
A esse respeito, é grande a expectativa sobre as próximas eleições na Venezuela. Em anos anteriores, houve acusações de fraudes eleitorais. Nicolás Maduro, que deverá buscar um terrceiro mandato, é considerado ditador por parte da comunidade internacional. Houve acordo para assegurar garantias sobre o processo, o que fez com que os Estados Unidos retirassem sanções impostas ao país.
A votação ocorre em meio à tensão com a Guiana, após referendo sobre a anexação da região do Essequibo, rica em recursos naturais e que corresponde a 70% do território guianense.
A principal contribuição para o contingente populacional envolvido em eleições no próximo ano vem da Índia, que se tornou o país de maior população do planeta, com cerca de 1,4 bilhão de habitantes. Serão aproximadamente 945 milhões de eleitores no país.
A contagem sobre a população planetária envolvida em eleições no ano que vem nem inclui casos como o do Brasil, que terá pleitos municipais em 2024. Serão escolhidos prefeitos e vereadores em 5.568 municípios. (AFP)