Três empresas do setor de calçados vão assumir as operações da Paquetá Calçados no Ceará já em janeiro de 2024, segundo afirmou o governador Elmano de Freitas (PT). Além da Arezzo, as outras duas não têm atuação no Estado, segundo o informou o gestor.
A expectativa dele é de que todos os 3,8 mil funcionários divididos em cinco cidades cearenses (Apuiarés, Irauçuba, Pentecoste, Tururu e Uruburetama) sejam absorvidos pelas novas indústrias.
"Os galpões serão todos assumidos. Presumo que serão as mesmas vagas, mas é preciso saber se o parque tecnológico dessas empresas é o mesmo da Paquetá, porque pode ser mais moderno e ter menos mão de obra", afirmou.
A saída da Paquetá ocorre pouco mais de cinco meses após assinar Termo de Compromisso com o Governo do Estado, por meio da Secretaria de Desenvolvimento Econômico (SDE), para não fechar unidades fabris em seis municípios e evitar a demissão dos funcionários pelo prazo de 31 meses. O que não foi cumprido.
Na ocasião, o Governo antecipou créditos de Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) à empresa. Sobre a medida, Elmano afirmou que "a decisão foi acertada."
Ele explica que o recurso era um direito da Paquetá a partir do momento no qual resolveu investir no Estado. No entanto, o recurso só seria concedido no futuro, após um tempo de atuação para promoção de emprego e renda - no caso, manutenção.
"Se eu não antecipar (o ICMS), tenho 3 mil pessoas na rua no dia seguinte. Se eu antecipar, que é um direito da empresa, ela pode receber agora ou daqui a 5 anos", destacou sobre o que o motivo a chancelar a decisão.
O contrato fechado entre as pastas cearenses e a empresa estabelece, em troca do adiantamento, uma permanência da empresa no Estado por 31 meses, com a manutenção de todos os empregos. Mas foi descumprido pela indústria.
Perguntado sobre qual medida o governo irá tomar após a atitude da empresa, o governador disse querer reaver parte dos recurso adiantados, uma vez que uma parcela é de direito da Paquetá. O valor, no entanto, ainda não foi calculado.
"O reaver da Paquetá, nós vamos discutir alguma coisa de juro ou mora. Ela tinha direito a receber porque era crédito. Quando ingressou no Estado do Ceará, ela ganhou um crédito tributário. Mas não era agora. Quanto a esse crédito não tenho dúvida porque comprovou as metas que estabeleceu", disse.
PRJ
Em dificuldades desde 2019, quando entrou em processo de recuperação judicial (PRJ), a Paquetá teve o processo encerrado no início de novembro passado