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João Paulo Silva: Que o futebol seja instrumento de paz
Reportagem

João Paulo Silva: Que o futebol seja instrumento de paz

Presidente do Ceará Sporting Club celebra o Natal com desejo que o futebol possa ser mais inclusivo, de forma a ajudar no ideal de paz
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Foto aérea do Estádio Castelão em Fortaleza. (Foto: Fco Fontenele/O Povo)  (Foto: FCO FONTENELE)
Foto: FCO FONTENELE Foto aérea do Estádio Castelão em Fortaleza. (Foto: Fco Fontenele/O Povo)

É fundamental que falemos sobre a paz, não só nesta época do ano, quando tudo nos direciona para os lampejos emocionais, momentos fraternos e reflexões sobre o apurado de um ciclo que vai chegando ao fim. A condição de paz deve ser cultivada em nossos corações sempre. E é um dever nosso propagar isso. Há mais de 2 mil anos, Jesus Cristo nos ensinou que os pacificadores recebem bênçãos divinas e são felizes.

Assim como na vida, o futebol — mesmo que reja paixões por muitas vezes incontroláveis, o que é intrinsecamente natural à condição passional — deve ser mais um instrumento de paz. Nossos estádios em nada devem parecer com ambientes inseguros, de guerra. Ao assistir aos jogos, as famílias precisam se sentir acolhidas, certas que pertencem àquele ambiente, um local propício ao entretenimento pacificado e seguro. E isso deve ser uma garantia básica.

É função não só do poder público, mas também dos clubes propagarem ações que fomentem a paz diariamente entre os nossos torcedores. Para isso, é necessário também que as brigas entre torcidas rivais ou do mesmo time recebam repreensão severa. Não podemos dar brecha à barbárie. Em nenhuma hipótese podemos sacrificar o bem-estar coletivo dos torcedores verdadeiros em função da desordem e incivilidade de criminosos. A tolerância deve ser zero.

Muito se fala na aproximação do torcedor por meio de transparência na comunicação e atividades internas que os envolvam com maior frequência; fortalecer a ideia de pertencimento e representatividade. Mas para que todo esse processo seja executado com excelência, precisamos garantir o básico: um estádio que garanta segurança e abrigo à nossa legião de torcedores.

Ao longo da história, evoluímos, como agentes transformadores, em indústria, comércio, cultura, tecnologia e relações interpessoais, mas ainda hoje, o que é bastante triste para nós, enfrentamos gargalos imensos em outras vertentes.

Enquanto presidente, vou lutar todos os dias para que as minorias também se sintam abraçadas e defendidas pelo Ceará Sporting Club. Nós somos o Time do Povo e devemos ser o time de todos.

O futebol, como projeção social, há muito tempo não deveria comportar mais manifestações racistas, machistas e homofóbicas. O ódio não pode sair impune. Que sejamos verdadeiramente exemplos, como desportistas e instrumentos da real mudança, à nossa sociedade. Respeito às diferenças e preservação da dignidade humana são mais importantes do que eu penso ou deixo de pensar.

Minhas orações são para um 2024 de paz, saúde e conquistas para todos. Que, sob a direção de Deus, mereçamos, com muita dedicação e trabalho justo, alcançar os nossos objetivos neste novo ano.

 

 

João Paulo Silva: presidente do Ceará Sporting Club

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