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Dez acontecimentos que marcaram o ano de 2023
Reportagem

Dez acontecimentos que marcaram o ano de 2023

| Retrospectiva | Da guerra entre Hamas e Israel ao ataque de bolsonaristas às sedes dos Três Poderes em Brasília, confira dez grandes acontecimentos que marcaram o ano de 2023
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TERRA registrou recordes em 2023 de episódios de ondas de calor, no que o secretário-geral da ONU classificou como
Foto: DAVID GANNON / AFP TERRA registrou recordes em 2023 de episódios de ondas de calor, no que o secretário-geral da ONU classificou como "inferno climático"

O ano do "inferno climático" está acabando. A expressão usada pelo secretário-geral das Nações Unidas, António Guterres, sintetiza um 2023 marcado por efeitos cada vez mais sentidos e visíveis das grandes mudanças no meio ambiente causadas pelo ser humano.

E aponta para um horizonte no qual estão projetadas consequências ainda mais severas. Ondas de calor, grandes tempestades, rios que secam na Amazônia e florestas ardendo em fogo são cenas que vão se incorporando ao dia a dia, enquanto líderes globais não conseguem um acordo verdadeiramente ambicioso para reduzir a queima de combustíveis fósseis.

Tal ausência de uma melhor governança global também resulta na continuidade da guerra entre Ucrânia e Rússia e no surgimento de outras como a tragédia humanitária que virou o conflito entre Israel e Hamas na Faixa de Gaza.

Mesmo com tantos fatos marcantes ao longo de 12 meses, a democracia brasileira colocada à prova por uma horda de extremistas logo no oitavo dia do ano foi um evento que dificilmente será esquecido na história política do país.

Se 2023 foi o ano em que a pandemia de Covid-19 oficialmente acabou e as máscaras estiveram em baixa, a curiosidade e os temores em relação à Inteligência Artificial estiveram em alta. Assim como a corrida para a volta à Lua e o pouso inédito de uma nave da Índia no polo Sul do satélite natural. Uma alegoria irônica das grandes navegações que desbravaram o oceano há cinco séculos. (com AFP)

Guerra Israel-Hamas

Palestinos vasculham os escombros de edifícios destruídos após um ataque israelense, enquanto as batalhas entre Israel e o movimento Hamas continuam pelo sexto dia consecutivo na cidade de Rafah, no sul da Faixa de Gaza, em 12 de outubro de 2023(Foto: SAID KHATIB / AFP)
Foto: SAID KHATIB / AFP Palestinos vasculham os escombros de edifícios destruídos após um ataque israelense, enquanto as batalhas entre Israel e o movimento Hamas continuam pelo sexto dia consecutivo na cidade de Rafah, no sul da Faixa de Gaza, em 12 de outubro de 2023

Em 7 de outubro, comandos do Hamas se infiltraram no sul de Israel a partir da Faixa de Gaza e executaram um massacre em cidades fronteiriças e em um festival de música ao ar livre.

Segundo os números oficiais mais recentes, 1.140 pessoas, a maioria civis de todas as idades, morreram do lado israelense neste ataque de magnitude sem precedentes desde a criação do Estado de Israel, em 1948. Também há investigações sobre denúncias de estupros e mutilações de mulheres. Os extremistas também sequestram 250 pessoas, incluindo dezenas de crianças e idosos, que foram levadas para Gaza.

Determinado a "aniquilar" o Hamas, organização considerada "terrorista" por Israel, pelos Estados Unidos e pela União Europeia, o Exército israelense responde com bombardeios em larga escala em Gaza e ordena aos civis que fujam para o sul do território. Em 27 de outubro, suas tropas iniciam uma operação terrestre no norte da Faixa de Gaza.

A intensidade dos bombardeios e a extensão da destruição provocam críticas internacionais e preocupação com a população civil de Gaza, também privada de água, eletricidade, alimentos e medicamentos devido ao cerco total imposto por Israel.

Em dois meses e meio de conflito, a ofensiva israelense na Faixa de Gaza deixou mais de 19 mil mortos, segundo o Ministério da Saúde do Hamas, que governa o território palestino. Os ataques forçaram o deslocamento de 1,7 milhão dos 2,4 milhões de habitantes de Gaza, segundo a ONU.

A ajuda humanitária aumentou durante uma trégua de sete dias que entrou em vigor em 24 de novembro, mas continuou insuficiente, segundo as agências da ONU.

O acordo permitiu a libertação de 105 reféns capturados pelo Hamas, entre eles 80 israelenses ou cidadãos com dupla cidadania, em troca de 240 prisioneiros palestinos. Segundo as autoridades israelenses, 129 reféns levados para Gaza em 7 de outubro ainda estão retidos no território. As autoridades temem as mortes de quase 20.

O retorno de Lula

Lula chora na posse ao falar da fome(Foto: EVARISTO SA / AFP)
Foto: EVARISTO SA / AFP Lula chora na posse ao falar da fome

Luiz Inácio Lula da Silva retornou ao poder em 1º de janeiro de 2023, prometendo trazer o "Brasil de volta" ao cenário internacional e unir os mais de 200 milhões de brasileiros em seu terceiro mandato como presidente, depois de derrotar Jair Bolsonaro nas urnas.

Mas a tarefa de "reconstruir" o país após quatro anos de crises institucionais e retrocessos nas políticas ambientais foi rapidamente abalada no dia 8 de janeiro, quando milhares de apoiadores de Bolsonaro invadiram o Palácio do Planalto, o Congresso Nacional e a sede do Supremo Tribunal Federal, destruindo móveis e obras de arte e clamando, em vão, por uma intervenção militar para destituir Lula do cargo.

O Supremo respondeu com firmeza ao golpismo, pelo qual cerca de 100 das mais de mil pessoas que foram detidas ainda permanecem presas.

A tentativa de golpe pôs na mira Bolsonaro, que estava nos Estados Unidos no dia dos ataques. O ex-presidente, que questionou, sem provas, a transparência do processo eleitoral em que foi derrotado por Lula, é investigado pela Justiça como suposto instigador dos atos.

Em junho, Bolsonaro recebeu uma condenação eleitoral por abuso de poder político que o deixou impossibilitado de participar das eleições durante oito anos, ou seja, está automaticamente fora das próximas eleições presidenciais de 2026.

Difícil contraofensiva da Ucrânia

O TRÁGICO arco narrativo de Prigozhin foi um dos grandes fatos de 2023(Foto: NATALIA KOLESNIKOVA / AFP)
Foto: NATALIA KOLESNIKOVA / AFP O TRÁGICO arco narrativo de Prigozhin foi um dos grandes fatos de 2023

Em janeiro, o Exército russo, reforçado por 300 mil reservistas e apoiado pelos paramilitares do grupo Wagner, passa ao ataque, particularmente na região do Donbass, no leste da Ucrânia. Em maio, Moscou reivindicou a captura da cidade de Bakhmut, ao final da batalha mais longa e sangrenta desde o início da invasão russa, em 24 de fevereiro de 2022.

No início de junho, Kiev lançou uma contraofensiva há muito tempo aguardada pelos seus aliados ocidentais, para tentar recuperar os territórios ocupados pela Rússia, mas esbarrou em uma sólida defesa, o que provocou decepção entre as potências ocidentais aliadas da Ucrânia.

Apesar dos bilhões em ajuda militar ocidental, o Exército ucraniano só conseguiu recuperar algumas cidades no sul e no leste. Em novembro, o país anunciou que os russos recuaram vários quilômetros na margem esquerda do rio Dnieper, na região sul de Kherson.

Na Rússia, em 24 de junho, combatentes do grupo Wagner se rebelaram e marcharam em direção a Moscou. O presidente russo, Vladimir Putin, denunciou a "traição" do chefe paramilitar, Yevgueni Prigozhin, que ordenou aos seus homens que voltassem às suas bases.

Dois meses depois, Prigozhin morreu em um acidente de avião, que ainda gera suspeitas. Os países ocidentais e a Ucrânia desconfiam do envolvimento do Kremlin.

O conflito entre Hamas e Israel provocou temores na Ucrânia de que seus aliados reduziriam a ajuda militar e financeira a Kiev. Nos Estados Unidos, a Casa Branca alertou em dezembro que só tem recursos para mais um pacote de ajuda à Ucrânia, pois o Congresso bloqueia o envio de mais assistência.

Os líderes da União Europeia (UE) concordaram em um encontro de cúpula em meados de dezembro em iniciar negociações formais para a adesão da Ucrânia ao bloco, mas não chegaram a um consenso para enviar mais recursos ao país devido ao veto da Hungria.

Javier Milei é empossado presidente da Argentina

Entenda as possíveis consequências do pacote econômico de Milei(Foto: )
Foto: Entenda as possíveis consequências do pacote econômico de Milei

O economista ultraliberal Javier Milei, de 53 anos, assume a Presidência da Argentina em 10 de dezembro, após vencer com folga, em 19 de novembro, o centrista peronista Sergio Massa.

O candidato "antissistema", crítico dos peronistas e liberais que se alternaram no poder por 20 anos, dá início a uma terapia de choque na terceira maior economia da América Latina, que sofre com uma inflação recorde. Constam de seu receituário privatizações, cortes com "motosserra" nos gastos públicos, dolarização e a extinção do Banco Central.

Depois de iniciar o mandato com o anúncio de uma desvalorização de 50% do peso, Milei afirmou que sua "prioridade máxima" é controlar a inflação, no momento em que o índice de preços atingiu 160,9% em termos anuais em novembro. Ele também levantou ideias muito controversas durante a campanha, como a desregulamentação da venda de armas ou uma "solução de mercado" para a doação de órgãos.

Seu partido recém-criado, A Liberdade Avança, é apenas a terceira força na Câmara Baixa do Congresso argentino, com 38 deputados de 257, e por isso Milei terá que fazer alianças para avançar com seus projetos.

Terremotos mortais

Um homem reage enquanto as pessoas procuram sobreviventes nos escombros em Diyarbakir, em 6 de fevereiro de 2023, depois que um terremoto de magnitude 7,8 atingiu o sudeste do país. Pelo menos 284 pessoas morreram na Turquia e mais de 2.300 pessoas ficaram feridas em um dos maiores terremotos da Turquia em pelo menos um século, enquanto o trabalho de busca e resgate continua em várias grandes cidades(Foto: ILYAS AKENGIN / AFP)
Foto: ILYAS AKENGIN / AFP Um homem reage enquanto as pessoas procuram sobreviventes nos escombros em Diyarbakir, em 6 de fevereiro de 2023, depois que um terremoto de magnitude 7,8 atingiu o sudeste do país. Pelo menos 284 pessoas morreram na Turquia e mais de 2.300 pessoas ficaram feridas em um dos maiores terremotos da Turquia em pelo menos um século, enquanto o trabalho de busca e resgate continua em várias grandes cidades

Na madrugada de 6 de fevereiro, o sudeste da Turquia e parte da Síria foram devastados por um dos terremotos mais mortais dos últimos 100 anos. O tremor, de magnitude 7,8, seguido por outro nove horas depois, deixou pelo menos 56 mil mortos, quase 6 mil deles no lado sírio.

As imagens da catástrofe correram o mundo: um pai segurando a mão da filha de 15 anos, soterrada nos escombros na Turquia, ou um recém-nascido salvo milagrosamente na Síria, com o cordão umbilical ainda ligado à falecida mãe. Os danos materiais são avaliados em mais de 100 bilhões de euros (quase US$ 110 bilhões ou R$ 543 bilhões, na cotação atual).

Em 8 de setembro, outro terremoto mortal foi registrado no Marrocos, sacudindo a região de Marrakech. Com uma magnitude estimada entre 6,8 e 7, o tremor foi o mais forte já registrado neste país e deixou quase 3 mil mortos e mais de 5,6 mil feridos. O abalo danificou cerca de 60 mil casas em quase 3 mil aldeias do Alto Atlas e arredores, algumas das quais são de acesso muito difícil.

Greves paralisam Hollywood

Após acordo com estúdios de filmes e séries, greve dos roteiristas de Hollywood será encerrada nesta quarta-feira, 27; sindicato dos atores mantém paralisação(Foto: Derek French/Shutterstock)
Foto: Derek French/Shutterstock Após acordo com estúdios de filmes e séries, greve dos roteiristas de Hollywood será encerrada nesta quarta-feira, 27; sindicato dos atores mantém paralisação

Em maio, roteiristas americanos iniciaram uma greve, à qual os atores aderiram em meados de julho, para exigir melhores salários e a regulamentação do uso da inteligência artificial (IA). Este protesto, o maior em Hollywood desde 1960, terminou em setembro para os roteiristas, que conseguiram um acordo salarial e proteções contra o uso da IA.

Os atores, preocupados com a possibilidade de os estúdios usarem essa tecnologia para clonar suas vozes e imagens e reutilizá-las perpetuamente sem compensação ou consentimento, só ratificaram o acordo que encerrou a greve no início de dezembro. Além de salários melhores, a greve permitiu a introdução de novas restrições ao uso da IA.

A produção de filmes e séries americanas ficou paralisada durante quase seis meses pelo movimento, que custou à economia do país pelo menos US$ 6 bilhões (R$ 29,6 bilhões de reais).

O planeta em ebulição

Uma mulher entra no mar vinda de uma praia onde incêndios florestais destruíram a floresta, em Glystra, perto da aldeia de Gennadi, na parte sul da ilha grega de Rodes, em 27 de julho de 2023. Os incêndios florestais têm assolado a Grécia em meio a temperaturas escaldantes, forçando massa evacuações em vários pontos turísticos, incluindo nas ilhas de Rodes e Corfu(Foto: ANGELOS TZORTZINIS / AFP)
Foto: ANGELOS TZORTZINIS / AFP Uma mulher entra no mar vinda de uma praia onde incêndios florestais destruíram a floresta, em Glystra, perto da aldeia de Gennadi, na parte sul da ilha grega de Rodes, em 27 de julho de 2023. Os incêndios florestais têm assolado a Grécia em meio a temperaturas escaldantes, forçando massa evacuações em vários pontos turísticos, incluindo nas ilhas de Rodes e Corfu

Reunidos em Dubai entre 30 de novembro e 12 de dezembro na 28ª conferência climática da ONU, países de todo o mundo aprovaram pela primeira vez um compromisso histórico, abrindo a via para abandonar progressivamente os combustíveis fósseis, cuja queima provoca o aquecimento global.

Após seis meses consecutivos de temperatura entre junho e novembro, o observatório europeu Copernicus antecipou que 2023 é o ano mais quente da História. As temperaturas elevadas são acompanhadas por secas que provocam fome, incêndios devastadores e furacões de intensidade incomum.

O Canadá viveu uma temporada histórica de incêndios este ano, com mais de 18 milhões de hectares queimados e 200 mil pessoas deslocadas. Em agosto, um incêndio no Havaí destruiu quase completamente a cidade turística de Lahaina, no Maui, deixando 97 mortos.

A Grécia foi gravemente atingida por incêndios florestais durante o verão (com pelo menos 26 mortos), incluindo o maior já registrado na União Europeia, em Evros (nordeste). Depois, em setembro, graves inundações mataram 17 pessoas na região da Tessália. As chamas, alimentadas por uma onda de calor, devastaram as ilhas turísticas gregas de Rodes e Corfu, e outras áreas da bacia do Mediterrâneo, como a Argélia ou a ilha italiana da Sicília.

O aquecimento global causado pelas atividades humanas foi o principal motor da recente onda de calor que atingiu a América do Sul, segundo um relatório publicado em outubro pela rede científica World Weather Attribution (WWA).

Grandes partes da América do Sul registraram altas temperaturas em meados de setembro, antes do início da primavera, com temperaturas de 40°C nas regiões central e norte do Brasil e em partes da Bolívia, Argentina e Paraguai.

As altas temperaturas e a seca, agravada pelo fenômeno El Niño, deixaram 58 municípios do Amazonas em estado de emergência, afetando cerca de 500 mil habitantes.

Objetivo: a Lua

Imagens inéditas do pouso indiano na Lua(Foto: Divulgação)
Foto: Divulgação Imagens inéditas do pouso indiano na Lua

A Lua está mais uma vez no centro da corrida espacial. Em 23 de agosto, a Índia conseguiu colocar uma nave não tripulada, a Chandrayaan-3, em uma área inexplorada próxima ao polo sul do satélite.

Poucos dias antes, a sonda russa Luna-25, a primeira missão lunar de Moscou desde 1976, caiu na mesma região, alvo de muito interesse por conter água congelada. Antes da Índia, apenas os Estados Unidos, a União Soviética e a China conseguiram realizar pousos controlados na Lua.

A Nasa conta com o foguete Starship, desenvolvido pela SpaceX de Elon Musk, para as suas missões Artemis, que querem levar astronautas à Lua em 2025, pela primeira vez desde 1972.

Em 20 de abril, a Starship decolou pela primeira vez em sua configuração completa, mas vários motores falharam e a SpaceX fez o foguete explodir intencionalmente quatro minutos depois.  Em um segundo teste em novembro, o módulo superior do foguete chegou ao espaço, antes que uma "anomalia" provocasse uma explosão.

A startup japonesa "ispace" falhou em sua tentativa de fazer o módulo Hakuto-R pousar na Lua em abril, mas a agência espacial japonesa Jaxa lançou uma nova missão lunar em setembro.

Campeãs do mundo e beijo forçado

Ex-presidente da Real Federação Espanhola de Futebol, Luis Rubiales, antes de beijar sem consentimento a atacante espanhola Jennifer Hermoso (11), após vencer a final da Copa do Mundo Feminina de 2023(Foto: FRANCK FIFE / AFP)
Foto: FRANCK FIFE / AFP Ex-presidente da Real Federação Espanhola de Futebol, Luis Rubiales, antes de beijar sem consentimento a atacante espanhola Jennifer Hermoso (11), após vencer a final da Copa do Mundo Feminina de 2023

A Espanha conquista a Copa do Mundo Feminina em Sydney, mas a comemoração é prejudicada pelo presidente da federação do país, Luis Rubiales, que durante as celebrações beija a atacante Jenni Hermoso na boca, causando indignação internacional.

A jogadora de futebol denuncia um ato "machista, inadequado e sem qualquer tipo de consentimento", mas Rubiales o descreve como um beijo "consensual", antes de renunciar ao cargo em 10 de setembro. Acusado de "agressão sexual" pela Justiça, Rubiales está suspenso por três anos pela Fifa de todas as atividades ligadas ao futebol.

O escândalo teve impacto global em um momento em que o futebol feminino, como se viu na nona edição da Copa do Mundo, desperta cada vez mais interesse.

Ofensiva relâmpago em Nagorno-Karabakh

Cidade de Stepanakert, a maior de Nagorno-Karabakh(Foto: AFP/Azerbaijani Defence Ministry)
Foto: AFP/Azerbaijani Defence Ministry Cidade de Stepanakert, a maior de Nagorno-Karabakh

Em 19 de setembro, o Azerbaijão atacou a região de Nagorno-Karabakh, um território separatista de maioria armênia que Baku e Yerevan disputam há mais de três décadas.

Este enclave montanhoso, que, apoiado pela Armênia, proclamou unilateralmente a sua independência em 1991, após a queda da União Soviética, foi palco de duas guerras entre estas ex-repúblicas soviéticas no Cáucaso (1988-1994 e 2020).

Em 24 horas, as autoridades do território, abandonadas por Yerevan, se renderam e um cessar-fogo foi estabelecido.

Depois desta ofensiva relâmpago que deixou quase 600 mortos, a maioria dos 120 mil habitantes do enclave fugiu para a Armênia e as autoridades da autoproclamada república anunciaram a sua dissolução para 1º de janeiro de 2024.

Em meados de novembro, a Corte Internacional de Justiça (CIJ) ordenou, a pedido da Armênia, que o Azerbaijão permita o retorno "seguro" dos habitantes de Nagorno-Karabakh.

Armênia e Azerbaijão anunciaram em dezembro que adotarão "medidas concretas" para normalizar suas relações e concordaram com uma troca de prisioneiros

 

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