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Dinheiro no bolso (e no banco)
Reportagem

Dinheiro no bolso (e no banco)

Rendimento
Edição Impressa
Tipo Notícia

Lançar um olhar mais detido sobre a evolução do número de contribuintes com direito à restituição de Imposto de Renda (IR) — e os seus respectivos montantes, divididos por faixa etária — pode ajudar no estabelecimento de um panorama importante que fala sobre diferentes fenômenos sociais, como evolução nos níveis de rendimento e de gastos dedutíveis (a exemplo da saúde).

O cruzamento desses dados indica que pessoas com 60 anos ou mais representam o grupo etário que mais cresceu proporcionalmente em relação ao número de contribuintes que receberam restituições entre os anos de 2013 e 2022: em uma década, o acréscimo foi de 116%, o que representa um salto de 1,8 milhão para 3,8 milhões de contribuintes. O incremento foi consideravelmente superior ao registrado quando se leva em conta a totalidade dos grupos etários, que foi de 11,7 milhões para 20,8 milhões de contribuintes, um salto de 76%.

Dados do Banco Central apontam que o número de pessoas com 65 anos ou mais que possuem algum tipo de relacionamento bancário saltou, no Brasil, de 8 milhões para 25 milhões entre 2005 e 2022. O crescimento foi de 212%, quase duas vezes mais do que o registrado quando todas as faixas etárias são consideradas — de 110%, no mesmo período.

A população com 65 anos ou mais representa uma fatia de 15% no total de pessoas com relacionamento bancário no País. Em 2005, essa proporção era de 10%. É interessante observar que a proporção atual de idosos é a mesma, em 2022, da representada pela fatia de jovens com idade entre 15 e 24 anos, com a diferença de que, em relação aos jovens, o número não apresenta crescimento histórico — pelo contrário, em 2005 a proporção de representantes dessa faixa etária era de 16%.

Quando se considera o relacionamento bancário da população acima dos 65 anos, embora ainda seja pequena, a participação proporcional de microempreendedores individuais idosos vem crescendo gradativamente: entre 2016 e 2022, o saldo de crédito destinado a essa faixa etária cresceu 153%, indo de R$ 12,4 bilhões para R$ 31,4 bilhões em apenas seis anos. O número atual representa 6,5% do volume total de crédito.

Para entender a importância desse salto é só observar o número do crescimento total de crédito, incluindo todas as idades, que foi de 87%: saiu de R$ 257 bilhões em 2016 para R$ 479 bilhões em 2022.

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