As inovações, no entanto, não pararam por aí, com direito à instalação, em 2013, de um Grupo de Trabalho Multidisciplinar para executar as ações de implantação do Sistema de Processo Judicial Eletrônico (PJe), que viria a substituir o Projudi em causas cíveis.
Em menos de um ano, o TJCE cumpria também a meta de implantar o novo sistema em Juizados da Capital e do Interior, além de 41 Juizados Especiais cíveis e criminais e em seis Turmas Recursais da Corte.
Entre 2015 e 2020, o foco da Corte se virou para a definição da identidade organizacional, com sua Missão, Visão e Valores, assim como a definição de metas e projetos voltados à melhoria dos serviços. Entre os pontos acordados, se destacam sobretudo metas de aprimoramento da gestão da Justiça Criminal, a adoção de soluções alternativas para a solução de conflitos e a celeridade e produtividade na prestação jurisdicional.
Em 2020, levantamento realizado por meio da Lei de Acesso à Informação (LAI), entre o Observatório Político e Socioambiental (OPS), o Instituto de Fiscalização e Controle (IFC) e a Associação Contas Abertas (CA), apontava o TJCE como o único Tribunal do Brasil a atender em seu portal todos os sete quesitos elencados como fundamentais para a transparência efetiva no Judiciário.
O resultado do levantamento seria então encaminhado ao Conselho Nacional de Justiça (CNJ), que, em 2020, divulgou edição do Ranking da Transparência do Poder Judiciário, colocando o TJCE como o quinto Tribunal estadual mais transparente do Brasil - com índice de cumprimento em 90,63% da Lei de Acesso à Informação. Em 2023, o índice de cumprimento da LAI continuava subindo, marcando os 96,10%.
Ao final de 2019, a Corte apresentou à sociedade um balanço de suas conquistas e projetos para o futuro. Entre pontos destacados, estão sobretudo o projeto de expansão do processo eletrônico para o Interior, a digitalização do acervo do Tribunal, o aprimoramento da rede de dados do TJCE, o modelo de gestão de qualidade, o programa de capacitação continuada e a expansão de ferramentas de videoconferência para todo o Ceará.
Começava ali uma nova fase de desafios para a modernização da administração da Justiça no Ceará, que iria culminar o no Programa Celeridade. Entre os diversos pontos da ação, estavam a padronização de rotinas de secretarias judiciárias e de gabinetes, a implantação de certificação de excelência em gestão das unidades judiciais, a digitalização do acervo processual físico das comarcas do Interior, a instalação da Secretaria Judiciária do 1º Grau e até a implementação do Programa de Capacitação Continuada.
Ainda no contexto do Programa Celeridade, o TJCE implementou o projeto de um novo modelo de gestão e de qualidade, modelo pelos critérios ISO (International Organization for Standartization) adaptados à realidade do Judiciário local.
Apenas em 2020, foi iniciada a implantação do programa em 18 unidades, levando à avaliação permanente de Gestão de Resultados, Gestão Estratégica da Unidade, Gestão de Equipes, Gestão de Pessoas, Satisfação do Cliente e Ambiente de Trabalho. Dentro do programa, todas as unidades judiciárias analisadas vão passando por análise permanente de gestão de qualidade, com certificações, auditorias e aprimorações de procedimentos constantes.
Os resultados dessa modernização podem ser conferidos ano após ano, a cada nova atualização do Índice de Produtividade dos Magistrados (IPM), divulgado pelo CNJ. Apenas em 2020, por exemplo, o Tribunal alcançou a média de 1.341 baixados no IPM. Em comparação com o índice de 2017, quando o IPM era de 908, o crescimento chega a 47,6%, simbolizando um dos maiores incrementos de produtividade do Brasil.
Completando agora 150 anos de existência, o TJCE continua e seguirá evoluindo junto com as transformações do Ceará, do Brasil e do mundo. A meta, no entanto, permanece a mesma desde a cerimônia de instalação da Corte com Bernardo Machado da Costa Dória, sempre buscando a melhoria de seus serviços e o atendimento mais célere e eficaz. (Carlos Mazza)