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Ceará 2050 busca dobrar o PIB estadual em 30 anos
Reportagem

Ceará 2050 busca dobrar o PIB estadual em 30 anos

| Avanços | Um ponto observado pelo coordenador do projeto é que a renda per capita do Estado fica em torno R$ 1.500 e, com o planejamento, a previsão é avançar nos ganhos
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Pensado para superar os desafios do Estado no longo prazo a partir da articulação entre diversos entes, o Ceará 2050 foi concluído em 2020 com o objetivo de dobrar o PIB cearense em 30 anos, segundo observou o coordenador do projeto, professor José Barros Neto, da Universidade Federal do Ceará (UFC).

Na prática, a meta já é por si só a busca por uma superação, vide que a participação do Ceará no PIB Brasil vem sendo de 2% ao mesmo tempo que tem 4% da população do País.

Mas a meta não é meramente econômica. Para chegar a isso, Barros Neto liderou uma equipe de centenas de pessoas desde 2017, quando mapeou oportunidades, desafios e traçou estratégias para que o Estado pudesse melhorar o desempenho em diferentes frentes e ao mesmo tempo. Inicialmente uma parceria entre a UFC e o Governo do Estado, o Ceará 2050 agregou entes da iniciativa privada e mais atores públicos para atingir o objetivo. Isso resultou na definição de "20 programas com um horizonte de 30 anos".

"Hoje, a renda do Estado do Ceará fica em torno de R$ 1.400 a R$ 1.500 por pessoa e iria para R$ 3 mil. Ou seja, você dobraria a capacidade de pagamento das pessoas. Então, esse é o nosso grande objetivo, dentro do Ceará 2050. Então, esses programas todos têm a ver com isso", acrescenta o coordenador do programa.

Perguntado sobre o que avançou desde a conclusão do projeto, em 2020, ele aponta principalmente para os elementos que envolvem o hidrogênio verde e a economia do mar. A plataforma do programa, relembra, continha menções a energias renováveis e oportunidades na costa cearense, mas não especificamente sobre os projetos que surgiram posteriormente e precisaram ser observados pelos especialistas.

No entanto, programas como o Renda do Sol - mencionado pelo governador Elmano de Freitas (PT) desde a campanha - faziam parte das sugestões do Ceará 2050. Barros Neto alerta, neste aspecto, que o planejamento não pode ser confundido com o projeto plurianual (PPA) que todo governo estadual faz: "As ações que estão no PPA, em princípio, estão linkadas aos objetivos e, obviamente, os programas do Ceará 2050 são de longo prazo e o PPA é de quatro anos. Nós não participamos do PPA, que é uma ação da Seplag, a Secretaria do Planejamento e Gestão do Estado."

Porém, ele diz que, ao falar de planejamento, o processo é mais importante que o produto. Neste caso, a cada PPA, o Estado precisa estar atento às metas pré-estabelecidas no futuro de 20 anos ou 30 anos. "Hoje, há muito o atrelamento da economia do mar ao PPA, mas não tem um atrelamento ao Ceará 2050. Talvez, com essa questão do PPA, usando os objetivos estratégicos do Ceará 2050, você consiga fazer mais essa ligação com uma ação de longo prazo do Ceará 2050", exemplifica sobre como o Estado enxerga pontos apontados no planejamento futuro com uma visão do agora.

Para assegurar o processo de desenvolvimento, ele conta que, no fim do governo, Camilo Santana aprovou, na Assembleia Legislativa, um Projeto de Emenda Constitucional, que estabeleceu o Ceará 2050 acima do PPA. "Então, o PPA tem que ter relação com o Ceará 2050. Na realidade, o Ceará 2050 é um nome fantasia do planejamento de longo prazo do Estado. Hoje, nós já estamos com a lei pronta. Estamos, agora, trabalhando os decretos com a Seplag para definir como é que funciona tudo", adiantou. (Com Fabiana Melo)

 

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