Até 25 de outubro de 2024, o Ceará tinha seis açudes com capacidade acima de 90% e um transbordando. O nível de armazenamento nos açudes é resultado do período chuvoso favorável que o Estado teve no primeiro semestre deste ano. Por outro lado, 28 açudes estavam com volume abaixo de 30%.
O cenário ainda não é considerado preocupante para esta época do ano, quando as chuvas costumam ser escassas. Contudo, o professor Assis de Souza expõe que a tendência para os próximos anos não é boa.
"Nosso grupo de pesquisa na UFC simulou os impactos dessa redução de chuvas nas bacias hidrográficas e nos reservatórios. O que observamos é que, até o final do século XXI, também haverá um aumento na evapotranspiração devido ao aquecimento das temperaturas", explica.
A evapotranspiração é a perda de água pelas plantas e pela evaporação do solo e superfícies. O especialista alerta que seu aumento, junto à redução das chuvas, resultará em uma queda significativa no volume dos reservatórios.
"Nossos reservatórios terão sua capacidade de regularização diminuída, comprometendo a disponibilidade de água para a população, para a irrigação e para o abastecimento em geral. Ou seja, o cenário aponta para uma maior escassez hídrica no Ceará, conforme sugerido pela maioria dos modelos climáticos", indica.