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Secas prolongadas
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Reportagem

Secas prolongadas

Projeção para o NE
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Em contraste com as chuvas extremas, as projeções para o Nordeste, de acordo com o Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas (IPCC), indicam uma redução de aproximadamente 30% nas precipitações até 2030.

Conforme explica o professor Francisco de Assis de Souza Filho, coordenador do Centro Estratégico de Excelência em Políticas de Águas e Secas (Cepas) da Universidade Federal do Ceará (UFC), os períodos de seca prolongados não são uma novidade para o Ceará.

"Tivemos secas muito severas recentemente, como a iniciada em 2012, que se prolongou até 2018 e, em algumas regiões, até 2020. Durante esse período, o Castanhão, o maior reservatório do Estado, chegou a apenas 5% de sua capacidade", pontua. Ele ressalta que, em termos de volume dos reservatórios, o Ceará ainda sente os efeitos desse período.

De acordo com o Atlas Digital de Desastres no Brasil, uma ferramenta do Ministério do Desenvolvimento Regional (MDR), entre 2013 e 2023, o Ceará registrou 1.201 ocorrências de seca e estiagem, impactando diretamente mais de 14 milhões de pessoas. Somente em 2023, foram 50 ocorrências, afetando mais de 569 mil cearenses.

"Utilizamos diversos modelos de cenários de mudança climática. Infelizmente, a maioria desses modelos sugere que haverá uma diminuição ainda maior nas médias mensais das precipitações no Ceará", indica o coordenador do Cepas, da UFC.

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