Logo O POVO+
O caso Gaia Molinari hoje
Reportagem

O caso Gaia Molinari hoje

Coordenada
Edição Impressa
Tipo Notícia
Socorro Portela, então titular da extinta Delegacia de Combate ao Tráfico de Drogas, assumiu o caso Gaia após Patrícia Bezerra (Foto: Fábio Lima)
Foto: Fábio Lima Socorro Portela, então titular da extinta Delegacia de Combate ao Tráfico de Drogas, assumiu o caso Gaia após Patrícia Bezerra

Reconhecida a inocência de Douglas, a delegada Patrícia Bezerra afirmou, em relatório datado de 24 de abril de 2017, que todas as possibilidades investigativas haviam sido esgotadas.

“Tecnicamente, nada mais há a fazer, de modo que continuar as investigações redundaria em injustificável desperdício de tempo e recursos que poderão ser canalizados para outros inquéritos mais recentes e com melhores possibilidades investigatórias”, escreveu a delegada ao pedir o arquivamento do caso à Justiça.

O pedido, porém, não foi aceito e, ao menos em tese, a investigação continua até os dias de hoje, tendo saído das mãos de Bezerra. Em dezembro de 2017, investigação da Polícia Federal acusaria a delegada de conivência com práticas criminosas de inspetores da extinta Divisão de Combate ao Tráfico de Drogas (DCTD), unidade que assumiu após deixar a Deprotur. Ela nega os crimes, tendo sido absolvida na Justiça Federal, embora ainda seja ré na Justiça Estadual.

Após Patrícia, assumiu o caso Gaia a delegada Socorro Portela,até então, titular da DCTD e ex-diretora do DHPP. Em abril de 2018,Portela afirmou ao O POVO ter ouvido nove pessoas e que solicitara à Perícia Forense a realização de mais três exames.

Em setembro de 2019, foi publicado no Diário Oficial do Estado (DOE) portaria que informava que Socorro Portela e mais três policiais estiveram em Jericoacoara entre 3 e 7 de agosto daquele ano. Foi a última publicação no DOE de diligência do gênero referente ao caso. Socorro Portela também deixou o caso.

Ainda em dezembro de 2015, o defensor Emerson Castelo Branco, que havia representado Mirian, afirmava ao O POVO que era “impossível” descobrir quem matou Gaia. “As provas já desapareceram, os vestígios sobre o caso e tudo que foi apurado é insuficiente para apontar uma autoria. Não existe mais nada e não haverá mais nada”, disse.

Para o defensor, o autor do assassinato era “um maníaco ou um drogado”, conforme afirmou. “Em minha opinião, o principal fator para que o caso não tenha sido elucidado foi ter voltado a atenção para Mirian”.

O POVO procurou a Secretaria da Segurança Pública e Defesa Social (SSPDS) solicitando entrevista com o atual delegado do caso. O objetivo era saber se há trabalhos em andamento sobre o caso e se existe perspectiva de conclusão da diligência.

A SSPDS respondeu apenas por meio de nota, que informa que o caso segue sendo investigado. A pasta afirmou que uma grande força-tarefa foi empregada pela Polícia Civil para investigar o caso, com “diligências ininterruptas por vários dias na região”.

Também foi destacado que 26 pessoas foram ouvidas, assim como dezenas de laudos técnicos foram solicitados. A SSPDS frisou que uma falha em um circuito de câmeras de segurança instaladas no caminho que leva ao Serrote comprometeu os trabalhos policiais.

“Um pico de energia na área comprometeu as câmeras, que ficaram sem funcionamento no percurso por onde a vítima passou”. A nota ainda reforça que a Polícia Civil concluiu que tanto Miriam, quanto Douglas não estavam na companhia da vítima no momento do crime.

 

O que você achou desse conteúdo?