Logo O POVO+
Conexão entre facções: criminosos cearenses pagam "aluguéis" de R$ 100 mil para se esconder no Rio
Reportagem

Conexão entre facções: criminosos cearenses pagam "aluguéis" de R$ 100 mil para se esconder no Rio

Inteligência da SSPDS do Ceará confirma valores pagos por foragidos, na casa dos três dígitos, em busca de refúgio em comunidades fluminenses. Maioria dos escondidos tem cargos importantes na hierarquia do crime cearense
Edição Impressa
Tipo Notícia Por
Favela da Rocinha, no Rio de Janeiro, um dos lugares mais buscados como refúgio pelos criminosos foragidos do Ceará (Foto: Fernando Frazão/Agência Brasil)
Foto: Fernando Frazão/Agência Brasil Favela da Rocinha, no Rio de Janeiro, um dos lugares mais buscados como refúgio pelos criminosos foragidos do Ceará

Pelos monitoramentos mais recentes, a Segurança Pública do Ceará sabe o nome de pelo menos 40 criminosos locais que estão atualmente escondidos no Rio de Janeiro. Alguns deles “morando” fora há mais de um ano, ainda assim cometendo crimes a distância em seus territórios cearenses. Com os não identificados, a quantidade seria muito maior. “Pode ser o dobro”, disse uma fonte, baseando-se na experiência policial e no contexto atual do crime cearense. A rota de fuga não é nova, mas se redesenhou. Virou mais um negócio, para além da camaradagem entre bandidos.

Na condição de foragidos das autoridades policiais e judiciais locais, em troca de refúgio seguro, armas e a proteção de sua facção, os investigados (ou réus ou condenados) estariam pagando alto por "aluguéis" dentro de comunidades fluminenses. Entre as mais buscadas, os complexos do Alemão, Penha, Maré, Rocinha, Baixada e outras regiões do Estado. Os valores levantados estariam na casa dos três dígitos, dependendo do status do procurado. As regiões são de domínio do Comando Vermelho, mas outras facções aparecem no levantamento.

Cartaz com a foto de Skidum, um dos mais procurados na lista de foragidos do Ceará(Foto: REPRODUÇÃO SSPDS)
Foto: REPRODUÇÃO SSPDS Cartaz com a foto de Skidum, um dos mais procurados na lista de foragidos do Ceará

A vaga num esconderijo bem resguardado, longe dos olhos e do alcance da lei, pode custar entre R$ 100 mil, R$ 150 mil ou "até mais do que isso" por mês. A informação consta em relatórios de inteligência tanto das secretarias da Segurança Pública do Ceará como do Rio de Janeiro. Alguns dos dados foram obtidos pelo O POVO junto a fontes das pastas dos dois estados. Mas os gestores de segurança endossam o inquilinato dos criminosos como fato.

"É um valor que às vezes não é nesse patamar, é mais do que isso. A gente não tem um dado preciso, mas já se chegou a valores acima de R$ 100 mil facilmente, que eles pagam por mês", confirma Nelson Pimentel, delegado titular da Coordenadoria de Inteligência (Coin) da Secretaria da Segurança Pública e Defesa Social (SSPDS).

OPERAÇÃO da Polícia Civil do Ceará com apoio do Bope-RJ na comunidade da Rocinha(Foto: divulgação PCCE)
Foto: divulgação PCCE OPERAÇÃO da Polícia Civil do Ceará com apoio do Bope-RJ na comunidade da Rocinha

Os imóveis utilizados pelos criminosos podem ou não ter luxo e são compartilhados. Tanto com outros faccionados do Ceará como do Rio e de outros estados. Um aparato de vigilância, desde olheiros a circuito de câmeras, fica disponível para eventuais rotas de fuga. O valor pago e o requinte do local são de acordo com o status do foragido. Os que não podem bancar as quantias viram “soldados do tráfico”.

"Esses criminosos que se alocam no estado do Rio de Janeiro, eles pagam um aluguel para ficar, vamos dizer assim, buscam guarida dentro da favela. Pagam valores altíssimos dentro do poder financeiro daquela liderança, daquela facção. Se ele tem uma importância maior, ele com certeza vai pagar um valor maior. Às vezes o que ele quer também é como se fosse uma hospedagem. Se ele quer um luxo maior, ele vai pagar mais", detalha Pimentel.

Um desses cearenses enfurnados em abrigos do crime no Rio é Carlos Mateus da Silva Alencar, 30 anos, conhecido como “Skidum”. É um dos mais caçados pelos agentes dos dois estados, apontado como chefe do CV no Pirambu. Ele estaria há pelo menos três anos como “inquilino” dos cariocas. Teria assumido, inclusive, assento importante na hierarquia do CV no Rio, conduzindo ações ilícitas na terra onde a facção surgiu.

 Givanildo Oliveira ou Gigi, do portal Pirambu News, foi morto depois de postar sobre a prisão de faccionados, em fevereiro de 2022(Foto: Reprodução/Instagram)
Foto: Reprodução/Instagram  Givanildo Oliveira ou Gigi, do portal Pirambu News, foi morto depois de postar sobre a prisão de faccionados, em fevereiro de 2022

Direto do Rio, Skidum “decreta” regras e crimes em Fortaleza. Criado nas ruas do Pirambu, sua ficha criminal soma 48 mortes atribuídas em processos e inquéritos, em atualização até janeiro deste ano. Somente nos registros das autoridades cearenses. Além do tráfico de drogas, responde por lavagem de dinheiro, roubo, falsificação de documentos, associação criminosa, entre outros ilícitos.

Um dos casos atribuídos a ele foi a morte de Givanildo Oliveira da Silva, dono do portal Pirambu News. O crime foi em 7 de fevereiro de 2022, em Fortaleza. Àquela época, Skidum teria fugido para o Rio definitivamente, mas já frequentava o estado. A estadia dos foragidos também tem servido como intercâmbio. Os criminosos dividem serviços, rotas, conhecimentos.

Uma fonte policial descreveu o Pirambu, berço de Skidum e de vários dos foragidos, hoje como uma “sucursal importante do CV carioca”. O território estaria sendo usado “como um laboratório” para testar novas condutas dos negócios da facção em solo cearense, com regras semelhantes às adotadas no Rio. Entre elas, ameaça, expulsão ou morte de policiais, fechamento de comércio, restrição e “pedágio” a empresas de internet e telefonia ou a própria oferta do serviço, venda de água, gás, cigarro e outros segmentos.

Complexo de favelas do Alemão, no Rio de Janeiro (RJ)(Foto: Agência Brasil/Tomaz Silva)
Foto: Agência Brasil/Tomaz Silva Complexo de favelas do Alemão, no Rio de Janeiro (RJ)

Os documentos de Inteligência sobre os foragidos de outros estados orientaram ações policiais nos últimos meses na capital fluminense. Como a operação Torniquete, realizada em várias fases desde setembro do ano passado, nos complexos da Maré, da Penha e do Alemão, na cidade do Rio. A etapa deflagrada no início de dezembro teve inclusive a presença de agentes do Ceará, da Bahia, de Goiás e Santa Catarina. A Polícia do Pará afirmou que pelo menos 80 criminosos de lá hoje estejam abrigados no Rio.

Na Torniquete deflagrada em 3 de dezembro último, três dos presos em flagrante (dois homens e uma mulher) eram traficantes de outros estados que estavam escondidos no Alemão. Os dois são cearenses: Weslei Rocha Loiola (acusado de latrocínio, tráfico de drogas) e Yuri Lari Araújo Silva (acusado de homicídio e tráfico de drogas). A mulher, Isabel Azevedo Silva, é do Mato Grosso do Sul. Desde a primeira fase, segundo a Polícia Civil do Estado do Rio de Janeiro (PCERJ) já são mais de 400 presos, além de veículos e cargas recuperados. 

*****

SEGUNDA PRINCIPAL -

O refúgio de ZM, Doze, Skidum, JJ, 2M, e o comando do crime a distância

"Cabeças" na hierarquia da facção em bairros, nas cidades, em atuações regionais, quase sempre em postos de comando do crime. Alguns dos nomes que despontam entre os foragidos do Ceará escondidos no Rio de Janeiro são chefes do CV em vários pontos do território cearense. A lista parcial é confirmada por fontes policiais dos dois estados.

Anastácio Pereira Paiva, 35 anos, conhecido como Doze ou Paizão, é do município de Santa Quitéria, mas com ingerência em várias cidades da região Norte cearense. Estaria refugiado na Favela da Rocinha, no Rio. Seria um dos que estariam desembolsando o "aluguel" do refúgio. Além de responder por homicídios e tráfico de drogas, seu nome se destacou nas eleições municipais de 2024 no Ceará.

Anastácio Pereira Paiva, o "Doze", outro refugiado no Rio, teria ajudado na reeleição do prefeito Braguinha, de Santa Quitéria, que foi preso antes de tomar posse no segundo mandato
Anastácio Pereira Paiva, o "Doze", outro refugiado no Rio, teria ajudado na reeleição do prefeito Braguinha, de Santa Quitéria, que foi preso antes de tomar posse no segundo mandato Crédito: REPRODUÇÃO/ SSPDS


Segundo o Ministério Público Eleitoral (MPE), mesmo escondido no Rio, Doze ordenou um "salve" para que os faccionados de Santa Quitéria atuassem no apoio à campanha do prefeito reeleito José Braga Barrozo. "Braguinha" foi preso na manhã de 1º de janeiro de 2025, horas antes de ser empossado no novo mandato.

A Justiça Eleitoral reconheceu que o prefeito teria retribuído, com um veículo de luxo (Mitsubishi Eclipse Cross), o suposto apoio dado pelo chefe local do CV. A defesa de Braguinha negou as acusações. Afirmou que ele não tinha ciência do envio do carro a Doze e que os servidores envolvidos no caso foram exonerados. Braguinha segue preso.

"ZM" ou “Bin Laden”, de 39 anos, como José Mário Pires Magalhães é tratado, já nem seria mais um criminoso cearense na condição de refugiado no Rio. Ele estava devidamente instalado no morro carioca, de onde comandaria o CV do Ceará. Na região da Rocinha, morava numa casa de alto padrão dentro da comunidade - com piscina, banheira de hidromassagem, salão de jogos, ambiente interno espaçoso.

O cearense José Mário Pires Magalhães, o "ZM", mantinha uma casa de alto padrão na Rocinha e viabilizava abrigo aos "irmãos" de facção (Foto: reprodução )
Foto: reprodução O cearense José Mário Pires Magalhães, o "ZM", mantinha uma casa de alto padrão na Rocinha e viabilizava abrigo aos "irmãos" de facção

Apontado por homicídios (um mandado de prisão em aberto por duplo homicídio), tráfico de drogas e outros crimes, estaria como um dos que acolhem os "irmãos" de facção na estada carioca. ZM teria abrigado ou viabilizado proteção, "emprego" e outra morada a vários dos procurados do Ceará.

Ele foi um dos alvos de mandados de busca e apreensão e prisão da fase da operação Torniquete realizada em 17 de dezembro do ano passado, mas conseguiu escapar. A Justiça teria avaliado o sequestro de bens, incluindo a “mansão”, mas O POVO não conseguiu confirmar se a decisão foi emitida.

Um vizinho de ZM, segundo o jornal O Globo, seria outro cearense foragido com morada fixa na Rocinha. Jairo Morais Vasconcelos, 31 anos, conhecido como "JJ" ou "Fiel", direto do Rio, seria o gestor do tráfico de drogas no município de Sobral. É apontado também em homicídios - denunciado como um dos mentores da morte de Givanildo Oliveira, do portal Pirambu News, em fevereiro de 2022.

Jairo Morais Vasconcelos, o "JJ", foi preso em março de 2022, num apartamento de luxo no bairro Cocó, em Fortaleza. Está foragido desde 2023 e estaria escondido na Rocinha, no Rio(Foto: DIVULGAÇÃO SSPDS)
Foto: DIVULGAÇÃO SSPDS Jairo Morais Vasconcelos, o "JJ", foi preso em março de 2022, num apartamento de luxo no bairro Cocó, em Fortaleza. Está foragido desde 2023 e estaria escondido na Rocinha, no Rio

No dia 12 do mês seguinte, JJ foi preso em Fortaleza, localizado num apartamento de alto padrão no bairro Cocó, em Fortaleza. Com carro de luxo, avaliado em R$ 350 mil, e coleção de garrafas de uísques de R$ 1.200, cada. Teria sido solto em 2023, sob condicional, e fugiu.

Natural de Tamboril (CE), o foragido Álvaro Luiz Timbó Martins, conhecido como 2M, de 26 anos, comanda do Rio o tráfico de drogas em Sobral e sentenças de morte de seus rivais. Chefe do CV local, sua base é no conjunto Terrenos Novos. Desde 2022, ordena ataques armados ao conjunto Nova Caiçara, dominado pelo PCC, vizinho ao Caiçara. Em relatório de inteligência da PCCE, 2M é descrito como "extremamente violento" e de "perversidade imensurável".

Álvaro Luiz Timbó Martins, vulgo "2M", segue foragido no Rio, e comanda o tráfico de drogas do CV em Sobral(Foto: REPRODUÇÃO INSTAGRAM)
Foto: REPRODUÇÃO INSTAGRAM Álvaro Luiz Timbó Martins, vulgo "2M", segue foragido no Rio, e comanda o tráfico de drogas do CV em Sobral

Na coletiva à imprensa sobre a prisão realizada no aeroporto, o delegado geral da Polícia Civil cearense (PCCE), Márcio Gutierrez reforçou: "O que a gente percebe é que eles vão lá (para o Rio) realmente buscar fugir da ação policial, realmente se refugiar. Vão fazer a interlocução com os outros criminosos lá da região, mas o que eles buscam efetivamente é fugir para não serem capturados e também continuar de forma mais tranquila dando as ordens para quem permanece aqui”.

Alguns dos cearenses escondidos morreram em confronto com a Polícia. Um dos casos que mais repercutiram foi a morte de Fábio de Almeida Maia, o Biú, no dia 31 de janeiro de 2024, durante uma operação do Batalhão de Operações Especiais no Complexo da Penha, na zona norte do Rio. Sua ficha criminal tinha mais de 50 antecedentes.

A distância, Biú seguia como um dos chefes do Comando Vermelho no Pirambu. Era comparsa de Skidum (Carlos Mateus da Silva Alencar). No dia que Biu foi morto, o comércio do bairro recebeu o “salve” da facção e cerrou as portas. E os fogos de artifício pipocaram em várias áreas da cidade. Quando o corpo dele chegou ao Ceará para sepultamento, nova ordem dada e novamente o comércio voltou a fechar obrigatoriamente. Quando sua morte completou um ano em 2025, novo foguetório para lembrar o ocorrido.

"Decretados" foram presos no desembarque, fugindo para casa

Na madrugada do dia 25 fevereiro passado, agentes da Polícia Civil do Ceará prenderam quatro foragidos locais, no momento em que eles desembarcavam no Aeroporto de Fortaleza. Os criminosos vinham de um voo do Rio de Janeiro, onde estavam escondidos havia pelo menos um ano. Eles voltavam para casa numa fuga. Teriam sido “decretados” pela própria facção.

A volta dos quatro para o Ceará teria sido num reverso de seus status. De protegidos e homens de confiança, teriam sido “decretados” por “Skidum”, chefe do CV no Pirambu. Todos são crias da comunidade. No “salve”, o chefe anunciou que o grupo teria supostamente conspirado para “trair” e matar um irmão de facção. Não há confirmação se o enganado seria o próprio Skidum.

Os quatro criminosos presos no Aeroporto de Fortaleza, que estão escondidos no Rio e foram "decretados" pela facção: Airtinho (acima à esquerda), Bira (acima à direita), Jardel (abaixo à esquerda) e Gessival (abaixo à direita).(Foto: REPRODUÇÃO)
Foto: REPRODUÇÃO Os quatro criminosos presos no Aeroporto de Fortaleza, que estão escondidos no Rio e foram "decretados" pela facção: Airtinho (acima à esquerda), Bira (acima à direita), Jardel (abaixo à esquerda) e Gessival (abaixo à direita).

Os quatro atuavam como seus seguranças, desde Fortaleza e durante o refúgio no Rio. Nas redes sociais, aparecem em postagens portando fuzis, pistolas, adereços de ouro, curtição em bailes funk e frases de desdém contra facções rivais ou zombando das autoridades policiais. Skidum está ao lado em várias fotos.

Os presos foram Jardel Almeida de Mesquita, 28; Gessival Moreira de Lima, 30; Francisco Airton Vieira Araújo ("Airtinho" ou "Mainha"), 27, e Francisco da Silva Prudêncio ("Bira"), 42. Receberam voz de prisão pouco depois de deixarem a aeronave. Cruzaram algemados a área de descarga de bagagens e o saguão de desembarque. Os policiais estavam disfarçados como passageiros. São acusados de integrar organização criminosa, homicídios, além de uso de documento falso, investigações por tráfico de drogas e outros crimes relacionados.

Complexo da Maré teve 29 foragidos capturados

Em 2024, o Complexo da Maré foi uma das regiões do Rio de Janeiro que mais atraíram foragidos de outros estados, em busca de refúgio. Dados da segurança pública fluminense apontaram 29 criminosos presos que estavam escondidos na comunidade.

O Ceará teve pelo menos seis desses recapturados, apenas dois a menos que Minas Gerais, o estado com mais gente foragida presa na Maré. O POVO tentou obter a identidade dos cearenses, mas não conseguiu a confirmação com fontes oficiais.

Um desses cearenses presos na Maré foi Ismário Wanderson Fernandes da Silva, o "Bacurau", de 34 anos. Sua recaptura foi em 12 de junho do ano passado, durante operação do Batalhão de Operações Especiais da Polícia Militar do Rio de Janeiro (PMERJ). Bacurau constava à época na lista de mais procurados do Ceará, com recompensa de R$ 5 mil por informações de seu paradeiro
.
Ele é apontado como uma das lideranças do Terceiro Comando Puro (TCP), de origem carioca. A facção se instalou no Ceará após um racha dentro da facção Guardiões do Estado (GDE). Bacurau teria sido apontado como “traidor” por ajudar a costurar a aliança de membros com o TCP, depois teria trocado a “camisa” definitivamente.

Bacurau chefiava o tráfico de drogas numa área do Conjunto Palmeiras, em Fortaleza. Entre vários crimes, é acusado de um triplo homicídio cometido em 7 de junho de 2020, em Itaitinga, Região Metropolitana de Fortaleza. As vítimas foram dois adultos, de 23 e 28 anos, e um adolescente, de 16 anos.

 

quadro - pode virar mapa, se couber

Presos no Complexo da Maré em 2024 oriundos de outros Estados

TOTAL: 29

Minas Gerais - 8
Ceará - 6
Bahia - 4
Paraíba - 3
Piauí - 1
Pernambuco - 2
Pará - 1
Maranhão - 2
Goiás - 1
Espírito Santo - 1


PCCE cita monitoramento permanente; PCERJ não respondeu

O POVO contatou a Polícia Civil do Estado do Rio de Janeiro (PCERJ), para saber mais sobre a presença maciça de foragidos de outros estados nas comunidades fluminenses. Um email foi enviado desde 11 de fevereiro último, por orientação da assessoria de imprensa. A mensagem não foi respondida. Houve pelo menos seis novos contatos. O retorno dado foi apenas que a demanda “está sendo verificada. Responderemos assim que possível”.

Segundo o delegado Nelson Pimentel, titular da Coordenadoria de Inteligência da SSPDS, o sistema de inteligência do estado do Ceará é dotado de ferramentas que são úteis e hábeis no monitoramento de foragidos. "Então, todos os criminosos que possuem mandado de prisão em aberto e não se localizam nesse momento no Ceará, eles de alguma forma estão sendo monitorados pela inteligência e pelas investigações que estão em andamento".

Delegados da Polícia Civil do Ceará, na coletiva que divulgou a prisão de quatro cearenses no aeroporto de Fortaleza. Ao centro, o delegado geral, Márcio Gutierrez(Foto: CLÁUDIO RIBEIRO)
Foto: CLÁUDIO RIBEIRO Delegados da Polícia Civil do Ceará, na coletiva que divulgou a prisão de quatro cearenses no aeroporto de Fortaleza. Ao centro, o delegado geral, Márcio Gutierrez

"Há, sim, essa possibilidade deles (criminosos) estarem buscando através de pagamento de algum tipo de mensalidade esse tipo de proteção", reforçou Márcio Gutierrez, delegado geral da PCCE. Ele não quis assumir informações sobre valores e condições do refúgio, mas confirmou que são informações trabalhadas pelo setor de inteligência.

"O nosso trabalho aqui das forças de segurança é mostrar que esse pessoal que sai daqui para ir para lá (Rio) é um problema para eles. Vamos manter essa pressão aqui. Continuar promovendo a asfixia financeira desses grupos que atuam aqui no Ceará e continuar monitorando para capturarmos lá ou cá, estejam eles onde estiverem", destacou Gutierrez.

 

 

O que você achou desse conteúdo?