Fábio Miyajima, da Fiocruz Ceará, afirma que houve um progresso significativo na capacidade de vigilância, identificação e caracterização de vírus e bactérias, permitindo uma resposta mais rápida e eficiente a novas epidemias. Segundo ele, as lições aprendidas com a pandemia de SARS-CoV-2 foram aplicadas no monitoramento de arbovírus, como dengue e chikungunya, e outros vírus respiratórios.
Ele cita também que a pandemia impulsionou a capacitação de milhares de profissionais de saúde em exames moleculares e diagnósticos mais precisos, o que representa um legado importante para o sistema de saúde.
Para Flávio Guimarães da Fonseca, pesquisador da UFMG, o processo de vigilância genômica se tornou mais atento e rápido na detecção de novas doenças, vírus, bactérias ou fungos. "Os órgãos de saúde estão mais atentos a alterações e novos patógenos, novas doenças e monitoram mais de perto", explica.
A pesquisadora Raquel Stucchi, da Unicamp, frisa que a importância das unidades sentinelas, centros de vigilância para diagnóstico precoce de microrganismos com alta capacidade de transmissão e de adoecimento da população e, potencialmente, causar uma nova pandemia.
A identificação do vírus, segundo ela, só foi possível graças ao desenvolvimento dessas novas plataformas porque houve um grande investimento no mundo todo na ciência e muitos profissionais do mundo todo trabalhando em conjunto para tentar vencer a doença.