Métodos de contenção a erosão têm sido tema de discussões e fomentado imbróglios em municípios cearenses, mas resolução não parece tão simples. De acordo com o coordenador do Plano de Ações de Contingência, Davis de Paula, a primeira coisa a se fazer em caso de erosão sob núcleos urbanos é saber se há possibilidade de recuar essa ocupação e realocar as pessoas que vivem ali para outros espaços.
"A última saída é você construir uma obra costeira, como espigão, porque o espigão vai potencializar o processo de erosão na praia vizinha. (...) Espigões são soluções adotadas emergencialmente, mas que trazem um novo ciclo problemático", destaca, explicando que estruturas do tipo ajudam a conter a areia na praia, mas em contraponto evita que sedimentos sigam para a praia seguinte, impactando a mesma.
Visando subsidiar ações para combater a erosão, o Governo do Ceará pretende criar o Comitê Estadual de Planejamento e Respostas à Erosão Costeira (CEPREC), sob coordenação da Sema, órgão vai envolver, entre outros, prefeituras, sociedade civil, universidades e Organizações Não Governamental (ONGs).
Em nota encaminhada ao O POVO, a Secretaria do Meio Ambiente e Mudança do Clima destacou que já começou o trabalho contra a erosão da costa, citando a realização de um levantamento da linha de costa entre os municípios de Icapuí e São Gonçalo do Amarante, como resposta ao Plano de Contingência.
A segunda fase de ações é a montagem do comitê, que deve promover debates visando a educação e a conscientização ambiental. "A partir daí, vai ser possível revisar e atualizar periodicamente esse grande diagnóstico realizado na escala do estado do Ceará. Agora, nós precisamos realizar o mesmo diagnóstico numa escala menor, numa escala de detalhe, pensando no município como área fronteira", destaca Sema.