O Irã disparou, nesta sexta-feira, 13, mísseis contra "dezenas de alvos" em Israel, em resposta ao ataque sem precedentes daquele país contra instalações nucleares e militares iranianas, que matou altos comandantes do Exército e da Guarda Revolucionária.
O Exército israelense anunciou que o Irã disparou dezenas de mísseis em sua direção e ordenou à população que se dirigisse aos abrigos.
Teerã tem a capacidade de causar danos "significativos", apontou.
Em Jerusalém, soaram as sirenes e, pouco depois, ouviram-se explosões. A fumaça se elevou em Tel Aviv, a principal cidade do centro de Israel, após o Exército suspender a ordem de permanência nos abrigos, embora tenha pedido à população que não se afastasse desses espaços protegidos.
O Magen David Adom, o equivalente israelense da Cruz Vermelha, reportou 34 feridos na região da grande Tel Aviv após os ataques.
Israel declarou que, ao atacar civis, o Irã "passou dos limites".
Em Teerã, os sistemas de defesa aérea foram ativados na madrugada deste sábado, 14, em resposta aos bombardeiros israelenses.
Um correspondente da AFP relatou fortes explosões na capital iraniana e viu um brilho vermelho no céu.
O embaixador iraniano nas Nações Unidas, Amir Iravani, relatou pelo menos 78 mortos e mais de 320 feridos, em sua maioria civis, como resultado do ataque.
Em resposta, o Irã lançou neste sábado uma nova onda de ataques com mísseis "contra o regime sionista" a partir de Teerã e Kermanshah, no oeste do Irã, disse a televisão estatal.
Enquanto os apelos ao arrefecimento das tensões se multiplicam no mundo, o Conselho de Segurança da ONU se reuniu nesta sexta-feira a pedido do Irã.
Em Teerã, a Guarda Revolucionária, o exército ideológico iraniano, assegurou em comunicado divulgado por meios estatais que o país "realiza uma resposta firme e precisa contra dezenas de alvos, bases e infraestruturas militares do regime sionista".
A televisão estatal iraniana afirmou, por sua vez, que o Exército da República Islâmica derrubou dois caças israelenses.
Horas antes, Israel havia lançado um ataque massivo contra o Irã, bombardeando instalações nucleares e militares, assim como Teerã em uma operação que a república islâmica considerou "uma declaração de guerra".
Os bombardeios israelenses mataram altos comandantes iranianos, entre eles o chefe do Estado-Maior do Exército, o chefe da Guarda Revolucionária e o comandante da força aeroespacial desse corpo armado.
O primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, afirmou que a operação atingiu "o coração do programa de enriquecimento nuclear iraniano".
Ele também previu "várias ondas de ataques iranianos" em resposta à ofensiva, que continuará "por tantos dias quanto for necessário", tendo mobilizado 200 caças.
Após os inéditos bombardeios, o líder supremo iraniano, aiatolá Ali Khamenei, nomeou um novo chefe do Estado-Maior e um novo responsável pela Guarda Revolucionária.
"Em breve se abrirão as portas do inferno sobre esse regime assassino de crianças", ameaçou Mohamad Pakpur, o novo comandante da Guarda Revolucionária, em referência a Israel.
O presidente iraniano, Masud Pezeshkian, conversou com seu homólogo russo, Vladimir Putin, e lhe garantiu que o Irã "não busca obter a arma nuclear". Também declarou estar disposto a "oferecer garantias a esse respeito às autoridades internacionais competentes", segundo uma declaração da presidência iraniana.
Enquanto isso, os Estados Unidos "ajudam" Israel a derrubar mísseis iranianos que apontam para seu território, declarou um funcionário americano nesta sexta-feira. (AFP)