Pais e mães de santo são, na hierarquia da umbanda e do candomblé, autoridades espirituais máximas, também chamados de Babalorixá (pai) e Ialorixá (mãe). Religiões compartilham de elementos próximos, mas a primeira atua com entidades como exus e pombagiras enquanto a segunda foca no culto aos orixás. Ambas possuem a prática de cura, mediada pelo sobrenatural e por médiuns e sacerdotes.
Jonas Carlos, 30, procurou a Casa Pai Xangô e Caboclo Pena há cerca de três anos, em busca desse refúgio espiritual. "Eu me sentia muito inferior às outras pessoas, e foi aqui (no barracão) que encontrei a solução dos meus problemas (...) Quando eu cheguei na porta é como se eu tivesse visto seu Zé Pelintra (entidade) ali, me acolhendo", conta o funcionário público, que enfrentou o preconceito familiar por ter saído da religião evangélica para a umbanda, chegando a ouvir que iria para o "inferno" por isso.
No mesmo barracão, Vera Lucia, 46, conta que chegou há dois carregando a filha, que sofria de uma condição sem diagnóstico médico. Naquele dia, a pequena foi curada em uma sessão e ambas iniciaram na umbanda.
"Minha filha renasceu aqui, aí eu disse que a partir daquele dia meu canto é aqui (...)E aqui cada dia mais as coisas vão melhorando pra mim", conta, dizendo que encontrou seu lugar.