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As principais reações internacionais ao ataque americano a instalações nucleares iranianas
Reportagem

As principais reações internacionais ao ataque americano a instalações nucleares iranianas

Como o mundo reagiu ao ataque americano deste domingo, 22, contra várias instalações nucleares iranianas, com o qual os Estados Unidos se uniram a Israel em sua guerra contra a República Islâmica
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O ministro das Relações Exteriores do Irã, Abbas Araghchi, durante uma coletiva de imprensa no Centro de Congressos Lutfi Kırdar, à margem da 51ª sessão do Conselho de Ministros das Relações Exteriores da Organização de Cooperação Islâmica (OCI), em Istambul, em 22 de junho de 2025 (Foto: OZAN KOSE / AFP)
Foto: OZAN KOSE / AFP O ministro das Relações Exteriores do Irã, Abbas Araghchi, durante uma coletiva de imprensa no Centro de Congressos Lutfi Kırdar, à margem da 51ª sessão do Conselho de Ministros das Relações Exteriores da Organização de Cooperação Islâmica (OCI), em Istambul, em 22 de junho de 2025

Irã: EUA "tem que receber uma resposta"

O presidente iraniano, Masoud Pezeshkian, condenou a "agressão" dos Estados Unidos e acusou Washington de estar "por trás" da operação militar israelense no Irã.

Os Estados Unidos "têm que receber uma resposta à sua agressão", acrescentou o mandatário, durante um telefonema com seu contraparte francês, Emmanuel Macron, segundo a agência de notícias Irna.

"Os acontecimentos são escandalosos e terão consequências eternas", escreveu mais cedo no X o ministro iraniano das Relações Exteriores, Abbas Araqchi.

O Irã vai se defender "por todos os meios necessários", acrescentou. "Não há linha vermelha que não tenham cruzado. E a última e a mais perigosa aconteceu ontem à noite (sábado). Cruzaram uma linha vermelha muito grande, ao atacar as instalações nucleares", declarou.

A Guarda Revolucionária, exército ideológico da República Islâmica, ameaçou os Estados Unidos com "represálias que vão lamentar".

A Agência de Energia Atômica iraniana, por sua vez, denunciou o ataque como "um ato bárbaro que viola o direito internacional" e disse que, "apesar das malvadas conspirações de seus inimigos", o Irã "não deixará que o caminho do desenvolvimento desta indústria nacional (nuclear), que é o resultado do sangue de mártires nucleares, seja detido".

Israel: a promessa "foi cumprida"

"Sua decisão audaciosa de atacar as instalações nucleares do Irã com o impressionante e justo poder dos Estados Unidos mudará a história", afirmou o primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, em mensagem de vídeo em agradecimento a Trump.

Os ataques marcam "um ponto de inflexão histórico que pode ajudar a levar o Oriente Médio e além para um futuro de prosperidade e paz", acrescentou. "O presidente Trump e eu dizemos com frequência: paz através da força".

"Primeiro vem a força, depois vem a paz. E esta noite (sábado), o presidente Trump e os Estados Unidos agiram com muita força", considerou.

ONU: "escalada perigosa"

"É uma escalada perigosa em uma região que já está à beira do abismo, e uma ameaça direta para a paz e a segurança mundial", avaliou o secretário-geral das Nações Unidas, António Guterres.

Brasil manifesta "grave preocupação"

Por meio de nota, o ministério das Relações Exteriores declarou que "o governo brasileiro expressa grave preocupação com a escalada militar no Oriente Médio e condena com veemência (...) ataques militares de Israel e, mais recentemente, dos Estados Unidos, contra instalações nucleares, em violação da soberania do Irã e do direito internacional".

Também "ressalta a urgente necessidade de solução diplomática que interrompa esse ciclo de violência e abra uma oportunidade para negociações de paz".

Ainda segundo o Itamaraty, "o Governo brasileiro reitera sua posição histórica em favor do uso exclusivo da energia nuclear para fins pacíficos e rejeita com firmeza qualquer forma de proliferação nuclear".

UE insta "todas as partes a recuarem"

A chefe da diplomacia da União Europeia, Kaja Kallas, instou "todas as partes a recuarem, a voltarem à mesa de negociações e evitarem qualquer escalada adicional", em mensagem publicada no X.

Ela acrescentou que o Irã não deve desenvolver armas nucleares e que os ministros das Relações Exteriores da UE debaterão a situação hoje.

Rússia: bombardeios "irresponsáveis"

A Rússia condenou firmemente os bombardeios americanos, os quais tachou de "irresponsáveis", contra seu principal aliado no Oriente Médio.

"A decisão irresponsável de realizar ataques com mísseis e bombas no território de um Estado soberano, qualquer que seja o argumento apresentado, viola flagrantemente o direito internacional", declarou a diplomacia russa.

China: chamado "especial" a Israel a um cessar-fogo

O Ministério das Relações Exteriores da China afirmou, neste domingo, que "condena firmemente" os bombardeios dos Estados Unidos e afirmou que contribuem para uma "escalada das tensões no Oriente Médio".

"A China chama todas as partes em conflito, especialmente Israel, a um cessar-fogo o quanto antes", informou a chancelaria.

Reino Unido pede que Irã "volte à mesa de negociações"

O primeiro-ministro britânico, Keir Starmer, pediu ao Irã que "volte à mesa de negociações".

"Nunca se pode permitir ao Irã desenvolver uma arma nuclear e os Estados Unidos tomaram medidas para mitigar esta ameaça", escreveu Starmer no X, destacando que "a estabilidade na região é uma prioridade".

Alemanha pede que Irã continue negociando

O chefe do governo alemão, Friedrich Merz, "reiterou seu apelo para que o Irã inicie imediatamente negociações com os Estados Unidos e Israel a fim de alcançar uma solução diplomática para o conflito".

França: chamado à "moderação"

O presidente francês, Emmanuel Macron, conversou neste domingo com seu contraparte iraniano, Masoud Pezeshkian, e o instou a retomar os "diálogos diplomáticos" e pediu "a desescalada" do conflito, informou o Palácio do Eliseu, sede da Presidência francesa.

Espanha pede uma "desescalada" e mais negociações

"Chamamos todas as partes à desescalada. Não é a solução militar que vai trazer paz e estabilidade ao Oriente Médio, mas a diplomacia e, portanto, nós esperamos que todos voltem à mesa de negociação", assinalou o ministro espanhol de Assuntos Exteriores, José Manuel Albares.

Arábia Saudita: "grande preocupação"

A Arábia Saudita "acompanha com grande preocupação os acontecimentos na República Islâmica do Irã, com o ataque às instalações nucleares iranianas por parte dos Estados Unidos", afirmou o ministério das Relações Exteriores saudita.

Ucrânia: "mensagem clara"

A diplomacia ucraniana afirmou que os ataques "enviam uma mensagem clara ao regime iraniano de que é inaceitável que continue com sua política de desestabilização da situação de segurança no Oriente Médio".

Omã pede uma "desescalada imediata"

Omã, que atua como mediador entre os Estados Unidos nos diálogos sobre o programa nuclear iraniano, condenou "esta agressão ilegal" e pediu "uma desescalada imediata", afirmou um porta-voz do ministério das Relações Exteriores omani.

Iraque: "escalada militar"

O governo iraquiano condenou os ataques americanos, qualificando-os de "escalada militar" que "ameaça a segurança e a paz no Oriente Médio" e "põe gravemente em perigo a estabilidade regional".

Paquistão: o Irã "tem o direito de se defender"

O Paquistão, única potência nuclear do mundo muçulmano e aliado dos Estados Unidos, condenou os bombardeios americanos. "Reiteramos que estes ataques violam todas as normas do direito internacional e que o Irã tem o direito legítimo de se defender em virtude da Carta das Nações Unidas", declarou a Chancelaria.

Papa Leão XIV: "a humanidade reivindica paz"

"A humanidade grita e reivindica paz" diante das "notícias alarmantes do Oriente Médio", disse, neste domingo, o papa Leão XIV após os bombardeios americanos.

Organização para a Cooperação Islâmica expressa "profunda preocupação"

A secretaria-geral da OCI expressou "profunda preocupação" e considerou que os ataques americanos constituem uma "escalada perigosa que poderia levar a um aumento das tensões e ameaçar (...) a segurança regional".

Rebeldes huthis: "declaração de guerra"

Os rebeldes huthis do Iêmen, aliados do Irã, consideraram os ataques americanos "uma declaração de guerra" contra o povo iraniano e afirmaram que estão prontos "para atacar os navios americanos no mar Vermelho".

Hamas: "agressão criminosa"

"Condenamos esta agressão criminosa", escreveu no Telegram o movimento islamista palestino Hamas, aliado do Irã e imerso há 20 meses em uma guerra com Israel na Faixa de Gaza.

"Nós a consideramos um exemplo flagrante da política de imposição da hegemonia pela força, uma agressão baseada na lei da selva e uma violação de todas as normas e convenções internacionais", acrescentou.

Fonte: Agence France-Presse

 

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