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É o fim do Braille?
Vida & Arte

É o fim do Braille?

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Tipo Notícia

Alexandre Munck, superintendente da Fundação Dorina Nowill para Cegos, de São Paulo, entidade que desde 1946 atua na transcrição de livros para o Braille, acredita que há uma diminuição no número de cegos que leem em Braille, mas descarta o fim do método criado no século XIX pelo francês Louis Braille. "O Braille continua sendo essencial durante o processo de alfabetização da pessoa com deficiência visual", afirma. Para Alexandre, a possibilidade de hoje uma pessoa com deficiência visual comprar um livro em versão digital no dia de seu lançamento é um avanço, mas ainda há quem aguarde a transcrição para o Braille. "A geração mais nova, que já nasceu utilizando a tecnologia, lê mais livros digitais, mas ainda é grande o número de usuários que prefere esperar 30, 45 dias para poderem ler em Braille", comenta.

Além do maior tempo para a disponibilização de um livro em Braille, Alexandre aponta como principais empecilhos para a produção de material o alto custo da produção, número maior de páginas e grande volume formado pelos livros em Braille. Ele não informou o custo médio dessa produção. Antes da transcrição, a obra passa por análise de um conselho formado por membros de uma rede de leitura coordenada pela Fundação Dorina Nowill. "Analisamos a importância do livro e o público que poderá ter interesse por ele. Daí criamos um projeto e buscamos recursos através de leis de incentivo à cultura, como a lei Rouanet", esclarece Munck. Em 2017, a Fundação Dorina Nowill produziu mais de 67 mil livros acessíveis, nos formatos Braille, áudio e digital.

Fundação Dorina Nowill

Site: www.dorinateca.org.br

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