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Na companhia de Becky Bloom
Vida & Arte

Na companhia de Becky Bloom

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  (Foto: Reprodução/Internet)
Foto: Reprodução/Internet

Na moda, nem tudo é o que parece ser. Que tal começar dando uma espiada na etiqueta interna da peça que resolveu vestir hoje como a expressão de você mesmo e descobrir a sua verdadeira composição? A origem também importa. Ultimamente, algum canto da sereia querendo te fazer levar para casa o que você já tem ou nem precisa? Como desapegar e saber viver com menos e melhor?

Esses são só alguns dos questionamentos que Becky Bloom (Isla Fisher, 43), jornalista que sonha em trabalhar em uma revista de moda, mas, ironicamente, acaba indo parar em uma de economia, provoca, de forma divertida e memorável em Os Delírios de Consumo de Rebecca Bloomwood (2009). A produção estadunidense estreou há uma década, mas não poderia ser mais atual.

Uma simples ida ao shopping center mais próximo, por exemplo, pode se tornar um pesadelo. Você pode sair de lá mais consumista do que entrou. Já reparou na quantidade de informações vinda das vitrinas, inevitavelmente? Becky Bloom em Nova York que o diga. A capital da moda frenética, reunindo os endereços mais cobiçados, como a Quinta Avenida de Bonequinha de Luxo (que rendeu um livro em 2011), não foi uma escolha à toa.

Para dar ênfase à garota da echarpe verde - de dinheiro -, louca por alta moda, a adaptação do romance de Sophie Kinsella, 49, que originou o filme e deu sequência a mais sete publicações impressas, volta-se ao mundo grifado, na maioria das vezes, inacessível para a moça ruiva nas telonas. Consumidor vulnerável?

Foi o primeiro recorte identificado pela consultora de estilo Joana Montenegro. "Em uma cena do início, e, para mim, um dos momentos mais importantes do vídeo, Becky, a caminho de uma entrevista de emprego, para em uma loja atraída por uma echarpe verde e começa seu dilema mental se compra ou não a peça. Em uma conversa fictícia com a manequim, esta diz que a echarpe é algo essencial, porque se tornaria parte da definição da psique da personagem principal. Por fim, mas não menos importante: a compra do objeto acaba sendo vista como um investimento".

Para Joana, coincidentemente na profissão de moda desde o surgimento de Becky Bloom como um espelho às fashionistas de plantão, é preciso entender que é necessário autoconhecimento, senso crítico e segurança para driblar o apelo ao consumo.

"Todas as estratégias de marketing atuam para nos fazer acreditar que nos tornaremos seres humanos melhores, caso compremos determinado produto. E é isso que a atriz, por vezes, fala no filme: que compra, porque se sente melhor e porque percebe o mundo mais bonito. Claro que, no caso dela, trata-se de uma compulsão - o que é bem diferente de um consumo excessivo e/ou inadvertido", explica.

Na visão da consultora e personal shopper, o comportamento de consumo, de 2009 para cá, não mudou muito apesar de hoje, com a própria consultoria de estilo, por exemplo, se caminhar para um futuro mais consciente. "Como consultora de imagem pessoal, serviço mais conhecido pelo nome personal stylist, acredito que consumir é incrível e movimenta a sociedade, porém deve ser feito com inteligência para que não haja desperdício, para que o impacto na natureza seja um pouco menor e para não afetar o orçamento de quem compra", aconselha.

Indo além, mas longe de atrair o excesso do estilo de Becky Bloom, assinado honrosamente por Patricia Field, do mesmo figurino de Carrie Bradshaw, de Sex and the City (1998-2004) (quanta semelhança agora, não?), Joana Montenegro lista dez passos para fazer compras mais assertivas. Descubra o extra domingo, nas páginas de moda da Pause.

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