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Tom Cavalcante fala de tecnologia, humor "sem viés ideológico" e filme do "Sai de Baixo"
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João Gabriel Tréz é repórter de cultura do O POVO e filiado à Associação Cearense de Críticos de Cinema (Aceccine). É presidente do júri do Troféu Samburá, concedido pelo Vida&Arte e Fundação Demócrito Rocha no Cine Ceará. Em 2019, participou do Júri da Crítica do 13° For Rainbow.

João Gabriel Tréz arte e cultura

Tom Cavalcante fala de tecnologia, humor "sem viés ideológico" e filme do "Sai de Baixo"

| ESTREIA | Derivado da série de TV, Sai de Baixo - o filme, chega hoje aos cinemas. Com exclusividade ao O POVO, Tom Cavalcante fala sobre a relação do elenco, atualização de piadas e a recente carreira nas telonas
Sai de Baixo - O Filme (Foto: Mariana Vianna / divulgação)
Foto: Mariana Vianna / divulgação Sai de Baixo - O Filme

Ribamar e Edileuza, "dois funcionários que se intrometiam na vida dos patrões e da casa sem fazer cerimônias". Caco e Magda, "um casal desprovido de qualquer conceito de familiaridade". Vavá e Cassandra, "âncoras da história". É assim que o ator e humorista cearense Tom Cavalcante (re)apresenta os clássicos personagens da série televisiva Sai de Baixo, criada por Daniel Filho e Luís Gustavo e exibida na TV Globo entre 1996 e 2002. A história do grupo é retomada agora em formato de longa-metragem com Sai de Baixo - O Filme, que estreia hoje, 21.

O longa tem direção de Cris D'Amato e roteiro de Miguel Falabella, que retorna ao papel do rico e preconceituoso Caco Antibes ao lado dos também remanescentes do elenco original Marisa Orth (Magda), Luís Gustavo (Vavá), Aracy Balabanian (Cassandra), além de Tom Cavalcante, que no filme revive o porteiro Ribamar. Claudia Jimenez, intérprete da empregada doméstica Edileuza, não retornou ao papel. As atrizes Cláudia Rodrigues e Márcia Cabrita também participaram da série nos papéis das domésticas Sirene e Neide Aparecida, mas Cláudia não participa do filme e Márcia faleceu em decorrência de câncer em 2017. Além dos retornos, o longa também contará com novas participações.

A série foi um marco da televisão por trazer um modelo popular e informal, pautado em tipos característicos e tramas bem-humoradas. "Sai de Baixo chegou com ares de novidade reunindo elenco e direção de extremo talento. Eu era o patinho feio bancado por Boni e Daniel Filho (diretores da Globo) e que iria ingressar naquele mundo de experts. Deu certo, a química foi perfeita", lembra Tom em entrevista exclusiva ao O POVO. Sobre o retorno da história e da convivência entre o elenco, o ator comemora. "O fato de como iríamos interagir novamente com a pegada original acabou em três dias de leituras, correções e acréscimos de falas dos personagens feitas pelo elenco. A mágica de contracenarmos entre gargalhadas e improvisos mostrou que a formula estava intacta", afirma. "Foi uma baita sacada do Daniel (Filho) de fazer o filme com uma história espetacular que narra o reencontro dessa família e funcionários depois de 20 anos". A sinopse do filme dá conta de que o trambiqueiro Caco passa uma temporada na prisão e, ao retornar à família, volta também à realidade de falência.

Se antes a trama se desenrolava no apartamento de Vavá, onde Caco, Magda e Cassandra moravam de favor, agora todos são acolhidos por Ribamar. Tendo a série original pautado seu humor na relação entre patrões e empregados, a escolha aponta para uma virada nas relações de classe - vale lembrar que, na época, os direitos dos domésticos ainda estavam distantes de se tornarem uma realidade conquistada no País. Tom, no entanto, defende que o filme trabalha no "humor como forma de ajudar a ser feliz". "Fazemos no Sai de Baixo humor por humor, humor rasgado que faz gargalhar, sem o viés ideológico de estarmos agredindo segmentos", considera.

Veterano na linguagem do humor e da televisão - "são 34 anos de estrada contando com o rádio lá no Ceará" -, Tom se dedica à atualização, no caso, da sua imagem perante o público mais jovem. A experiência em Sai de Baixo - O Filme, inclusive, é uma de suas primeiras no cinema. Antes, ele participou de Os Parças, de Halder Gomes, ao lado de nomes de um estilo mais voltado ao digital como Whindersson Nunes e Tirullipa. "A revolução das mídias é algo fantástico do ponto de vista de alcançar novas gerações e novos admiradores. Quando um produto é genuíno, ele avança no tempo sem perder a essência, é que nem Coca-Cola: todo mundo quer beber", compara.

O próximo projeto de Tom será a continuação de Os Parças. "Desde que apareci na cena nacional começaram os convites para fazer cinema. Isso em 1992. Nos anos seguintes avançavam os compromissos de shows e publicidade intensa pelo País e eu não tinha tempo para aceitar os convites", contextualiza a demora em adentrar no ramo. "Na hora certa e depois de estudar em Los Angeles para entender o processo do cinema, voltei e entrei de cara na busca de parcerias para atuar e produzir. Estou amando, já no meu terceiro filme e vem mais por aí", instiga.

 

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