Aprendendo com "Vampirina", febre infantil da Disney
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João Gabriel Tréz é repórter de cultura do O POVO e filiado à Associação Cearense de Críticos de Cinema (Aceccine). É presidente do júri do Troféu Samburá, concedido pelo Vida&Arte e Fundação Demócrito Rocha no Cine Ceará. Em 2019, participou do Júri da Crítica do 13° For Rainbow.
Aprendendo com "Vampirina", febre infantil da Disney
Co-produtor executivo da animação infantil Vampirina, Norton Virgien fala ao Vida&Arte sobre a identificação das crianças com a menina vampira que se muda para a realidade dos humanos. Atração é exibida no canal Disney Júnior
Foto: Disney Junior / divulgação
Vampirina
Vampirina Sangueson, 6 anos, recém-chegada ao estado norte-americano da Pensilvânia, precisa se adaptar à nova casa, nova escola, novos amigos. Ela tem, porém, algumas especificidades que fazem desse processo um desafio ainda maior: a personagem é uma vampira, natural da Transilvânia, se transforma em morcego quando fica nervosa e tem um cachorro que, vez por outra, vira lobisomem. O processo de ambientação em um contexto inédito é algo identificável entre adultos e crianças e é nele e em seus desdobramentos que reside a essência da série de sucesso da Disney Júnior que leva o nome da protagonista. Para marcar a estreia da segunda temporada de Vampirina, prevista para o próximo sábado, 6, o Vida&Arte conversou com exclusividade com Norton Virgien, co-produtor executivo e diretor supervisor da animação.
O veterano trabalha na área há três décadas e foi um dos diretores responsáveis pelo bem-sucedido desenho animado Rugrats: Os Anjinhos, da década de 1990. "Há menos diferenças do que você pode imaginar", diz, por telefone, Norton, referindo-se ao que mudou em trabalhar com animações infantis ao longo dos anos. "Rugrats foi muito influente em seu tempo porque tinha uma arte peculiar e uma escrita realmente excelente, engraçada e afiada, e isso quebrou um pouco o padrão, de modo que tanto as crianças como os adultos se divertiam quando assistiam a um episódio", considera.
Para o produtor, o trabalho em Vampirina dá continuidade à carreira. "Nós também vamos para uma escrita muito inteligente, que é interessante tanto para adultos e, claramente, para as crianças. Nós vamos com um pouco mais de energia e ritmo, e humor físico que mantém todos rindo. Eu sinto que tem sido uma continuidade constante", considera. Indo além desses pontos destacados, Norton celebra que a animação consiga levar para crianças reflexões sobre
identidade e adaptação.
"Vampirina se mudou da Transilvânia para a Pensilvânia, de um mundo de monstros para um mundo humano, tudo é novo para ela. Então ela tem que aprender a se adaptar a essa nova experiência que está tendo diariamente - fazer novos amigos, superar qualquer timidez ou constrangimento que possa sentir. Eu acho que todos nós, crianças ou adultos, encontramos essa experiência de novo e de novo em nossas vidas. Além disso, ela tem que aprender a ser verdadeira consigo mesma, a se adaptar mas não perder quem ela é, não perder as raízes em Transilvânia, não perder a essência de si mesma", ressalta.
Essas lições, levadas pela série com bastante humor, conseguiram fazer sucesso por todo o mundo. Desde a estreia, a obra alcançou marcas como, por exemplo, ser a mais vista por crianças da América Latina. "Isso também fala sobre o quão universal é a experiência humana, em países diferentes, com as variações de modos de vida. Nós todos tivemos essas experiências como crianças - ir à escola pela primeira vez ou tentar fazer um novo amigo. É emocionante para nós pensar que, de alguma forma pequena, estamos ajudando o mundo a se unir", celebra.
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