Cada vez mais a nossa sociedade, marcada por profundas transformações que afetam o modo de viver e de pensar das pessoas, tem como uma de suas marcas a individualidade. Infelizmente, esta individualidade de que falo não é a que retrata a responsabilidade e amadurecimento humano pessoal, mas a que prega egoísmo e individualismo. Ela nos torna pessoas cada vez mais sem tempo, sensibilidade ou paciência para as vivências e compreensões da coletividade. Neste contexto, o que no soa como "diferente" é facilmente transformado em um rótulo, o que gera e fortalece o preconceito.
Falo neste domingo sobre isso porque no último 21 de março foi o Dia da Síndrome de Down. A data foi instituída para dar visibilidade ao tema e trazer informações sobre ele. O conhecimento é uma das armas mais poderosa contra o preconceito. Já escrevi algumas colunas para pais de portadores de Síndrome de Down. Hoje falo para os pais em geral.
Muitas vezes, ficamos perdidos em como explicar ou agir diante de uma situação em que gere em nossos filhos uma curiosidade sobre a diversidade humana que os cerca. Acredito que, antes de qualquer explicação, é importante que falemos e ensinemos aos nossos filhos sobre a tolerância, o respeito, a diversidade e a amizade. Tais valores são base para esse tipo de assunto e devem começar em casa. A educação do lar irá ajudá-lo nas mais diversas situações por toda a vida, inclusive na relação com alguém diferente dele, mas humanamente igual.
Precisamos ter em mente que, toda convivência saudável entre amigos e familiares, colegas e sociedade, que retrata essa diversidade, é sempre muito enriquecedora. O mesmo acontece quando você e seus filhos têm a oportunidade de conviver com uma pessoa com a Síndrome de Down. Olhe para ela, faça o seu filho olhar para ela, e não para a síndrome. Isso vale para todo o tipo de diversidade. Saber conviver e lidar com ela é a oportunidade que damos aos nossos filhos para se tornarem
pessoas melhores.
Deixo aqui uma dica preciosa para que, se houver necessidade de sanar alguma curiosidade de seu filho sobre o tema, simplesmente diga que é uma característica que algumas pessoas possuem, da mesma forma que cada um nasceu de um jeito ou de outro - cor de olhos diferentes, cabelo liso ou enrolado, com habilidade de nadar ou de fazer contas, com alguma alergia, dentre outras. Jamais diga que é uma doença, pois não é!
Quando tiver alguma dúvida sobre o que o seu filho traz de curiosidade (e na caminhada terão muitas), o melhor caminho é se informar e agir naturalmente! Assim, vamos fazer com que nossos filhos encontrem maneiras de contribuir para o mundo, com sua singularidade, usando a informação, o amor e a sensibilidade ao olhar e conviver com o outro!
MEU AMIGO DOWN.
Esta coleção contém histórias narradas por um menino que não entende bem por que seu amigo com síndrome de Down enfrenta situações delicadas. São livros a favor da inclusão. Preço médio: R$26.