Amanhã, "no pingo da mêi-dia", o DJ e pesquisador Alan Morais irá apresentar uma pequena amostra do que seu primeiro disco solo irá reservar ao público. Após campanha de financiamento coletivo, por meio da plataforma Vakinha, no segundo semestre de 2018, Alan não conseguiu atingir a meta dos R$ 30 mil planejados e, ao invés de um CD propriamente dito, o cearense irá lançar em breve nas plataformas digitais um EP. "Como o arrecadado foi menos que o necessário, resolvi gravar quatro músicas bem trabalhadas. E Todos os Ritmos (nome escolhido até então para o projeto), somente em quatro músicas, seria pouco. Daí resolvi mudar", explicou ele.
Rebatizado agora de Ciranda dos Encontros, em alusão a uma das faixas, o trabalho terá seu primeiro show de lançamento no palco do Centro Cultural Banco do Nordeste - Fortaleza (Centro), na companhia de uma banda formada pelos músicos que participam da gravação feita em estúdio: Moacir Bedê (guitarra, bandolim e flauta), Fábio Amaral (baixo), Marcelo Holanda (bateria e percussão), Giltácio e Djaci (sax e trombone). O repertório, no entanto, irá contemplar mais músicas. "Vão ter as 13 músicas autorais que seriam gravadas para o CD, que hoje são bem mais do que isso, fora os carnavais e frevos que a gente faz durante esse período", adiantou ele, referindo-se ao Carnaval.
Alan Morais esmiuçou as faixas do EP. "A que abre é Que Coisa é Essa, uma espécie de arrasta-pé que depois vira um funk-soul. Ela fala dos projetos (musicais paralelos Us Bicho de Urêa, Os Doido da Asa, etc). É bem aquelas brincadeiras que o Arlindo (do lendário boteco homônimo) fazia: É rabo de burro? É bicho de urêa? É doido da asa?'. Tem essa brincadeira e a música pergunta: 'o que é isso? Que sobe, que desce, que voa, que entorna...?' Essa é a única em que letra e música são minhas", confirmou. Na sequência, a balada Tecido "é bem numa pegada setentista, tipo A Palo Seco (Belchior), e faz uma poesia das primeiras experiências amorosas", enfatizou.
E iê, Vida e a faixa-título completam o trabalho, cuja direção musical é de Alan em parceria com Fábio Amaral. "A primeira é um baiãozinho carioca, como diz o Moacir Bedê, que toca na faixa. Começa com uma espécie de xotezinho e remete também àquela música da Adriana Calcanhotto (Esquadros) por conta da pegada do violão, mas depois vira um forró-rock no refrão. É uma homenagem à vida, a um jeito de encarar a vida com uma letra bacana que o Sílvio Gurjão me presenteou. Já Ciranda dos Encontros diz: eu gosto de você e pronto! Fala da forma do infinitivo, da declaração direta de que gosta da pessoa", descreve.
"Na verdade, o EP (cuja produção executiva é assinada por Rogers Tabosa) não está 100% concluído. Além da mixagem, está faltando a gravação dos convidados, a percussão e colocar os metais numa faixa. A gente ia concluir nessa semana, mas resolvemos logo ensaiar para esse show", explicou Alan, que também não descarta a possibilidade de fazer outra campanha de financiamento pela internet. "Eu até penso em fazer, mas só tenho a agradecer muito às pessoas que colaboraram. Foi um período muito difícil, estava todo mundo concentrado nessa eleição", justifica.
Mas o lançamento de um CD oficial, reunindo todas as outras músicas que ficaram de fora, ainda está mais do que de pé. "Esse EP vai estar somente nas plataformas digitais. Vai ter uma versão física só quando concluir as outras músicas, aos poucos. A previsão é até o final do ano. Mas o sonho, na verdade, é gravar em vinil, assim como a gente fez com o (extinto bloco) Sanatório Geral, que foi pioneiro nesse sentido. É um desejo grande de gravar esse disco solo, meu mesmo, pra quando eu for discotecar por aí com os vinis", projeta.
Lançamento do EP Ciranda dos Encontros, de Alan Morais
Quando: amanhã, 5,
ao meio-dia
Onde: CCBNB-Fortaleza (rua Conde d'Eu, 560 - Centro)
Acesso gratuito