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O Ceará hiper-realista de Tarcísio Félix
Vida & Arte

O Ceará hiper-realista de Tarcísio Félix

Há 16 anos sem realizar uma individual, Tarcísio Félix abre, na Casa D'Alva, exposição que reúne sua fase mais recente, marcada pelo hiper-realismo
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A Casa D’Alva recebe, a partir de hoje, a exposição Tarcísio Félix - 50 Anos de Pintura. Sob a curadoria do artista plástico José Guedes, a individual reúne telas - 40, ao todo - que traduzem a fase mais atual do cearense, que aos 73 anos, continua produzindo a pleno vapor.


“O Tarcísio é um artista que eu conheço desde quando eu comecei a pintar, há pelo menos uns 40 anos, e é um dos que eu mais admiro. Há três anos, conversando com ele, o Tarcísio foi um dos nomes que eu pensei em trazer quando abri a Casa D’Alva. Como o trabalho dele é muito lento, meticuloso mesmo, então as as obras que estarão expostas vêm de três anos pra cá”, adiantou o curador sobre a individual, que se completa somente com seis quadros de outras épocas do artista.


“Nós optamos por mostrar essa produção mais atual por entender que o Tarcísio é um artista que depurou muito o seu trabalho. Hoje em dia, o trabalho dele é mais simples, digamos assim, mas é intenso o resultado. Ele era surrealista, usava as fotografias como base e colocava imagens. Ao longo dos anos, deixou de ser surreal e tornou-se extremamente erudito e refinado. Você olhando o colorido, remete a uma pintura popular nordestina e ele conseguiu absorver isso tudo e transformar em universal, que o diferencia em qualquer lugar do mundo”.


Trajetória

Da infância feliz no sertão de Granja à juventude na Capital cearense, mais precisamente no bairro Antônio Bezerra, Tarcísio Félix tem muito ainda do que recordar. “Com o tempo, as raízes começam a aflorar e você volta pro tempo passado. Essas coisas acendem e a gente é levado a fazer temas que passaram pela gente, a transformar em arte”, relembra ele ao dizer que, atualmente, enquadra-se no estilo chamado de hiper-realista.


Residindo na região Sudeste na década de 1960, foi no Rio de Janeiro que Tarcísio obteve formação na Escola Nacional de Belas Artes e passou a ser reconhecido como surrealista. “Em 1966, eu volto pro Ceará com muitas ideias e a artista plástica Heloísa Juaçaba (1926-2013) me convida para trabalhar com ela. Trabalhei também na primeira Secretaria de Cultura do Estado”.


Nos quadros, o artista - que completou 50 anos de trajetória em 2015 e não realizava uma exposição individual há 16 anos - apresenta ao visitante uma vida sem excessos. “São pessoas nas calçadas quando não existiam essas coisas de assalto, feirinhas com muito calor humano, todo mundo tomando a sua pinga...

Eu gosto muito de conviver com esse povo, aquilo tudo eu considero uma riqueza só! Hoje em dia, estou voltado para uma temática bem cearense. Apesar dos problemas, a gente tem que valorizar as nossas raízes”.

 

Serviço

Exposição Tarcísio Félix – 50 Anos de Pintura

Quando: abertura hoje, 16, a partir das 19h, seguindo até 31/3

Onde: Casa D’Alva (rua João Brígido, 934 - Joaquim Távora)

Visitação: de segunda a sexta-feira, das 10 às 19 horas; e aos sábados, das 10 às 14 horas

Entrada franca

Telefone: (85) 3252 6948

 

Por Teresa Monteiro

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