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O artista viajante permanece entre nós
Vida & Arte

O artista viajante permanece entre nós

Morto há 24 anos, José Leonilson Bezerra Dias subsiste nos espaços, nas pesquisas e na memória de Fortaleza
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Há apenas duas referências públicas a Leonilson em Fortaleza, cidade natal do artista. A Torre da Praia - popularmente conhecida como Caixa d’Água dos Peixinhos, localizada na orla, foi feita durante um concurso em 1984. Apesar dos sinais de maus tratos, a peça se mantém como parte do imaginário e do mobiliário da Capital. E a Praça das Artes Leonilson, na Maraponga, bairro que funcionou como reduto do artista até os últimos anos de vida. O legado de Léo, entretanto, está difundido entre pesquisadores de arte e um público jovem permanentemente interessado na obra do artista.

 

Bitu Cassundé, curador em artes visuais, explica que Leonilson tinha procedimentos sofisticados tanto na área técnica quanto na área subjetiva. “Ele joga um processo de sedução da pessoa que observa”. O resultado é uma produção muito intensa e muito vigorosa. “Ele trabalhava bastante. Viveu por apenas 36 anos e deixou uma quantidade incrível de peças”, aponta o pesquisador.


Leonilson - Leo ou Léo - mudou-se com a família para São Paulo em 1961, ainda criança. Lá, fez aulas de artes na Fundação Armando Álvares Penteado (Faap) e deu os primeiros voos internacionais. Viajou pelo mundo desenvolvendo os traçados. O artista, entretanto, nunca esqueceu Fortaleza. Passava férias e fazia visitas constantes ao compositor Ricardo Bezerra e à esposa dele, Bete Dias. O casal morava em um sítio no bairro Maraponga - conforme explica Ana Lenice Dias, irmã de Leonilson.

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Apesar da importância internacional de Léo e da relação dele com Fortaleza, o artista permanece pouco conhecido no bairro que foi seu reduto. A aposentada Maria Dalva, 64 anos, caminha na praça três vezes por semana. Quando perguntada sobre o nome, ela arrisca: “Eu sei. É Praça das Artes Leônidas”, dizendo não saber quem seria o Leônidas em questão. Já Messias Rodrigues, 26 anos, diz nunca ter ouvido falar sobre Leonilson. Já sobre a ocupação da praça, ele é otimista. “Vem gente de todo canto, aqui o movimento é bom”, comemora.


O local tem o nome de “praça das artes”, mas, segundo Messias, que trabalha no local desde a inauguração, não há programação artística. Em contato com O POVO, a Secretaria da Cultura de Fortaleza (Secultfor) informou que um projeto para levar manifestações artísticas para as praças fortalezenses está em fase de elaboração e a Praça das Artes Leonilson faz parte dessa iniciativa. “As ações deverão acontecer aos domingos, nas sete Regionais de Fortaleza, contemplando manifestações artísticas, produtos culturais e oficinas que representam a rede criativa dos bairros”, diz a nota da Secultfor. (colaborou Renato Abê)

 

SERVIÇO

 

Leonilson: arquivo e memória vivos

Quando: visitação gratuita de 14 de março a 9 de julho

Horário: de terça-feira a sexta-feira, das 9h às 19 horas; sábados, das 10h às 18 horas; domingos, das 12h às 18 horas

Onde: Espaço Cultural Unifor (avenida Washington Soares, 1321 - Edson Queiroz)

Outras informações: 3477 3319 / espacocultural@unifor.br


LEO PARA TODOS


Algumas obras que estarão na exposição em Fortaleza

 

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